Cidadão Livre <$BlogRSDUrl$>

Simplesmente, Liberdade. Um blog de Gabriel Silva

31.8.03

HÁ NOTÍCIAS ASSIM (2)
A não ler, no "público":

"Tom Cruise canta Elvis com o primeiro-ministro do Japão"

"O vegetariano que come frango assado";

"Primeiro-ministro francês impede Governo de entrar em "reality-show";

"Rios, ribeiras e lagoas da Beira Interior com mais 749 mil trutas";

"Cartazes que Santana Lopes espalhou por Lisboa irritam "bloggers";

"A casa da família laranja";

Há dias assim. Mesmo nos jornais de "Referência". É verão, domingo.

HÁ NOTÍCIAS ASSIM
"Estátua prova que romanos usavam meias na Bretanha"

"(...)Penso que a justificação está no facto de eles terem frio. Sabemos por Tácito que o tempo na Bretanha era horrível, afirma a especialista em arqueologia Nansi Rosenberg! (ver no Público).

A MOEDINHA

- Papá, o que é que queria aquela senhora?
- Queria uma moeda.
- E tu que disseste?
- Que não dava.
Pausa.
- Oh papá, mas não pode ser. A senhora precisa de ter uma moedinha para comprar as suas coizinhas.

30.8.03

A TSF ESTÁ A MUDAR...
Hoje à noite, em vez do que seria normal - a transmissão do jogo de futebol Boavista-Guimarães, resolveu transmitir "a rentrée do PSD em directo de Caminha".
SEM TÍTULO
pois nem sei que título dar. As postas do Mata-Mouros são certeiras e toda esta situação deixa-me por vezes quase angustiado. Perante crimes tão graves, fico aflito de cada vez que vejo decisões processuais mais do que "suspeitas" em termos de legalidade e de constitucionalidade. Penso logo: "estão a matar o processo, isto vai ser tudo anulado". Quantos anos terão as vítimas de esperar para que se faça justiça? Quantas entretanto não desistirão? Durante quantos anos mais, os criminosos poderão, livre e impunemente continuar a sua saga de crime?
Não deveria este processo ter sido desde o seu início exemplar? A natureza dos crimes, a dimensão (são centenas as vítimas), a projecção pública. Todos estes factores deveriam ter sido tomados em conta para que, pelo menos neste processo todos os procedimentos fossem correctamente aplicados, sem dúvidas, com firmeza, sem dar azo a suspeitas. Infelizmente, nada disso se passa.
Eu bem sei que aquilo que todos vamos sabendo é tão só fruto de um outro crime (também impune!): as fugas de informação selectivas, com a necessária violação da lei por parte de quem deveria ser o seu guardião e desconhecendo-se as verdadeiras intenções. Mas ainda assim, é tudo bastante assustador.
Mesmo todas as falhas e abusos da lei que se tem vindo a descobrir existirem na legislação penal e processual tem sido indevidamente desvalorizados com argumentos populistas e demagógicos, com base no argumento de se tratar de um processo "mediático", de "poderosos", "que se fossem zés-ninguéns ninguém ligava". Caramba, ao menos que sirva para melhorar a justiça para os cidadãos!
CIDADANIA (4)

No Blogame mucho
"É claro que não é o governo da maioria que é, em si, ilegítimo, mas sim a apetência dificilmente controlável pela imposição das próprias ideologias maioritárias - inevitavelmente repressoras - àqueles que pensam ou possam pensar de forma diferente."

Que as maiorias governem, parece-me normal;
Que as suas ideias e valores se concretizem em medidas concretas, "impostas" a todos, isto é, que se concretizam em medidas que afectam a todos, parece-me também uma consequência normal de um governo democrático;
Em democracia, os que pensam de forma diferente da maioria, podem sempre continuar a pensar de forma diferente. Podem continuar a lutar para que as suas ideias se tornem maioritárias e assim, e só nessa altura, possam deixar de ser "ideias" e passem a ser "medidas" concretas.
No caso apontado, não vejo que exista nenhuma "imposição moral": foi perguntado às pessoas se determinados actos deveriam deixar de ser punidos por lei e os cidadãos responderam que não, que deveriam continuar a ser punidos. Não vejo aqui imposição "moral" nenhuma.
Tal como em outros Estados, é uma decisão que um dia poderá ser modificada em sentido contrário (e nessa altura também não vejo justificação para que se fale de "imposição moral" a quem quer que seja) e passados anos, poderá novamente ser alterada e por aí fora, num ciclo que me parece perfeitamente normal dentro de sociedades abertas e que alteram os seus valores de acordo com a experiência e as circunstâncias.

29.8.03

FRASE DO DIA
"(...)Importava-se, Eduardo Prado Coelho, mesmo em carta particular, de me explicar o que é o "orgasmo vertical"?
João Bénard da Costa, "Público";
POSTA DO DIA
"Fidel Castro", no Jaquinzinhos
VISITANTES DO FUTURO
O serviço de estatísticas canadiano Bravenet consegue a proeza de me dar indicação dos visitantes recentes com a data de amanhã. Nem a Maya consegue tal proeza.
CIDADANIA (3)
No Blogame mucho: "E mais importante ainda é afastar o paternalismo moral de muitos que, por serem mais numerosos, o impõem ilegitimamente aos que são poucos".

Não creio que o governo da maioria seja em nehum caso "ilegítimo". Ilegítimo seria a minoria impor os seus ideais à maioria. Em democracia, como em qualquer outro regime, manda quem é mais forte. Nos regimes democráticos, os "mais fortes" são os que ganham eleições/referendos. Nos regimes não-democráticos são os que detem o poder militar/policial/religioso/etc.
A diferença (positiva) para a democracia, é que as maiorias são temporárias, não sendo necessário nenhuma revolução para que a minoria de ontem passe a ser a maioria de hoje. Além disso, as minorias podem defender os seus pontos de vista sob múltiplas formas e conseguir tornarem-se maiorias.
Também por isso, entendo que nenhum referendo deve ser "sagrado", irreversível. Quatro anos (ou 5) de intervalo entre um referendo sobre uma questão e o seguinte sob o mesmo assunto, julgo serem prazos razoáveis: para se analisar e avaliar os efeitos/resultados da decisão primeiramente referendada; para dar tempo de ponderação e "propaganda" para reverter/confirmar a decisão.
CIDADANIA (2)
Diz o BLOGUITICA NACIONAL que: ""Mas nao defendo igualmente a candidatura do Ze Maria do Big Brother a Primeiro Ministro".
Porque não? É um direito que lhe assiste. A ele e qualquer um. Pelo menos em democracia. Nas últimas eleições presidenciais em França não houve uma série de candidatos chamados "folclóricos" do género do Partido dos Caçadores com votações expressivas? Na Polónia não existe o Partido da Cerveja? E deveriam não exisitir? Não vejo porquê. Pessoalmente, posso não lhes achar graça, não votar neles, não concordar, mas não vejo legitimidade para limitar a participação desses personagens/grupos.

Mais adiante diz ainda: "(...) por acaso acham que temos em Portugal uma populacao suficientemente informada para exercer a sua cidadania?"
Quem decide da "suficência" do grau de informação necessário?
Com que critérios?
E se a resposta à questão levantada for positiva, o que fazemos? Limita-se a participação eleitoral a quem levar na mão um jornal?

Nos dados apresentados pelo estudo do Parlamento Europeu surgem países com um bom nível de "informação" que tiveram resultados eleitorais no mínimo curiosos: o exemplo máximo é França com os já citados resultados das últimas presidenciais. Mas temos também o caso da Holanda, ou a Bélgica.

Por outro lado o Foi um ar que se lhe deu entende que eu defendo o status quo por entender como inalterável a alienação informativa de grande parte da população. Longe disso, não acho que existam situações irreversíveis. E é sempre desejável que as pessoas obtenham mais e melhor informação, por forma a serem mais livres. O que também entendo é que em democracia todos são iguais, tenham maior ou menor informação e que os resultados não devem ser desvalorizados por um pretenso "baixo nível de informação/formação".
CIDADANIA
No interessante debate que o Bloguitica nacional tem vindo a travar com outros blogs, deparei na sua posta 75/08 com uma afirmação que merece comentário.

A propósito dos referendos e da respectiva baixa taxa de participação, afirma que: "O exercicio da cidadania, entre outras coisas, exige estar suficientemente informado para que se possam fazer escolhas."

Julgo que por "cidadania" neste caso se refere apenas à participação política e não a outros actos de cidadania como pagar impostos, não escarrar para o chão, separar o lixo, etc.
Mas ainda assim discordo da afirmação, pois no meu entender, uma das virtudes da democracia é precisamente, as decisões resultarem de uma amálgama de vontades em cuja formação influem todas e qualquer tipo de influências, positivas e negativas. Não gostaria nunca de ver uma democracia de "eleitos", de "esclarecidos", aos quais fossem dados o exclusivo da participação.
Sendo certo que qualquer organização humana tem as suas elites e estas são absolutamente necessárias, a sua legitimidade é no entanto avaliada quanto ao respectivo graude maior ou menor de abertura (de acesso, se se quiser).
Evidentemente, que numa democracia eu actuo pensando estar correcto e os outros errados. E numa sociedade livre, para que possa ser levado a sério e influenciar no sentido pretendido os demais, terei de demonstrar a verdade ou força dos meus argumentos. Nem sempre se consegue. E os opositores também não, pelo que na maior parte das vezes ficamos quase na mesma.
No entanto julgo que a participação "menos esclarecida" (do ponto de vista de quem é mais "esclarecido"), do Sr. Zé ou da Srª Maria é altamente desejável, pois que também essas pessoas, com a sua experiência própria, diferente é certo, trazem algo positivo. Por outro lado, a democracia é exactamente a não distinção entre cidadãos, entre diferentes "saberes", "estados", condições sociais", cultura" "escolaridade", etc. O Povo, assim considerado na sua diferença, na sua indiferença, na sua "ignorância" participando ou não participando em actos eleitorais ou referendos está sempre a manifestar uma qualquer forma de "vontade". Essas taxas terão sempre uma leitura política. Existem tantos exemplos de referendos/eleições por esse mundo fora que já na altura ou passados apenas algum tempo, muitos de nós poderão classificar o respectivo resultado como uma tontice. No entanto, é melhor assim do que ser governado por "iluminados". O erro faz parte da vida. E em democracia pode-se sempre tentar remediar o mal anterior. Fora da democracia geralmente não há erros e portanto nada a corrigir.

28.8.03

O IRÓNICO
"A jogar assim, no futuro teremos muitas vitórias.", Camacho, treinador do SLB, RTP1
OS NOVOS DEMOCRATAS
"Os 14 países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) estabeleceram esta semana, na Tanzânia, um pacto que permite a qualquer um deles intervir no território dos restantes, com vista a controlar situações de risco. Trata-se do direito de ingerência, para o bem comum, com recurso a meios diplomáticos, políticos e militares." ("Público").

Eis uma real novidade, seja pela originalidade a nível do Direito Internacional, seja sobretudo pela indicação de alguns dos signatários: Angola, Moçambique, Zimbabwe!
Já estou a imaginar os exércitos africanos a marcharem em direcção a Luanda a fim de repor a legalidade constitucional, organizando eleições legislativas e presidenciais, que já não se realizam há mais de uma década.

A notícia termina com a referência à solidariedade demonstrada pelos Estados signatários com o Presidente Mugabe, "perante as críticas de que tem sido alvo no Ocidente". Está tudo explicado.
PAÍS REAL (2)
Segundo os jornais, na Câmara Municipal de Satão (região de Viseu), passa-se um estranho conflito político: parece que o presidente da autarquia teria prometido ao seu vice-presidente que renunciaria a meio do mandato, a fim de que este último se torna-se por sua vez presidente da autarquia. Como tal "acordo" não foi até agora cumprido, gerou-se um conflito político, que segundo o vice-presidente "já não tem solução possível".
Eis mais um caso sintomático dos "acordos", "favores" e "substituições" tão correntes no sistema político. A neblusidade dos interesses e razões em jogo são por demais suspeitas. E os eleitores no meio disto tudo?
PAIS REAL (1)
"(...)uma circular emitida pelo Centro da Área Educativa de Entre-Douro e Vouga informa que a confirmação das colocações[dos professores] "poderá vir a ser publicada a partir de 11 de Setembro" e que "só a partir da publicação das colocações em "Diário da República" é que os docentes se deverão apresentar nas novas escolas/agrupamentos". O arranque oficial do ano lectivo está marcado para quatro dias depois." (in "Público")
VIVA O RAY
Bradbury acaba de alcançar os 83 anos de vida, tendo tido direito a uma merecida festa. E deixou este belo depoimento (via "Público": "O meu sonho é que daqui a 100 anos, haja um rapazinho em Marte a ler às escondidas debaixo dos cobertores e que possa olhar pela paisagem e ver a noite marciana. Será desoladora, rochosa e vermelha, nã será uma paisagem romântica. Mas quando acender as luzes, e se vir que está a ler um livro meu - espero que seja "Crónicas Marcianas" - , os ventos de Marte vão levantar-se e acordar os fantasmas dos meus livros. Embora nunca tenham vivido, as minhas criaturas vão estar em Marte."
SLB
Ainda não foi desta que o Benfica conseguiu, ao menos, 0,5 pontos, para a média portuguesa do ranking da UEFA...

27.8.03

FLASHBACK
O fim do programa, anunciado pelo Abrupto é uma má notícia, não pelo programa em si, mas pelo que esse fim pode significar.
LIB. VS NAC (2)
Em resposta ao blogamemucho reconheço não ser nacionalista, com todo o desconto que afirmações perentórias como esta deverão ter.
BOAS VINDAS
A amiga Rosário não aceitou a sugestão de férias sobre o nome para um blog: "Fazmeumblog".
Mas blogamemucho também é bonito e apropriado. Gostei sobretudo do lema: "Blogue caliente". Fica-lhe mesmo a matar.

Bloguemos então.
O DEJECTO
Enquanto pendurava a secar a 385ª t-shirt das férias, reparei num grande, peludo e bonito cão a passear no jardim onde as crianças habitualmente brincam. "Olha. O vizinho tem um cão novo ou uma namorada nova que veio com cão acopolado".
O canídeo lá foi fazendo as suas graças, até que arqueou as patas e fez as suas necessidades. Supresa! O dono, que por ali perto andava, rapidamente sacou de um saquinho plástico e gardou religiosamente o detrito fecal e foi deitá-lo ao lixo.
Portugal já não é o que era.
MELHOR CITAÇÃO DA SEMANA:
"Frase de Gabriel Alves durante o relato do ultimo jogo do FC Porto: O Jankauskas nao é muito bom de cabeca. Digamos que a cabeca é o seu calcanhar de Aquiles..."
no Bloguitica Nacional.
LIBERALISMO E NACIONALISMO (1)
Aplaude-se e assina-se por baixo. No Liberdade de Expressão

"(...)o liberalismo é obrigatoriamente anti-nacionalista se entendermos por nacionalismo aquilo que ele normalmente é: uma ideologia que coloca a nação ou o povo acima do indivíduo; que pressupõe que os interesses colectivos devem estar acima dos interesses individuais; que pressupõe a superioridade de um grupo; que obriga a "solidariedades" não voluntárias para com indivíduos de uma determinada raça ou origem geográfica. No liberalismo não há muito espaço para este tipo de nacionalismo. Há apenas espaço para um nacionalismo que resulte das acções voluntárias de individuos. Mas neste caso nenhum liberal tem obrigação de ser nacionalista."

26.8.03

FÉRIAS (6)
Retornado, e dada uma vista de olhos ligeira sobre os blogs, constato que:

1. as férias em Portugal são mais repartidas do que eu pensava;
2. os blogs continuam a ser estimulantes;
3. da lista aqui à direita, ninguém debandou definitivamente, até ver;
4. as novidades são poucas;
5. acho que não perdi nada de muito importante, pois o melhor dos blogs são os assuntos intemporais;
FÉRIAS (5)
Rentrée: o jargão mais estúpido do calão político-jornalístico.
FÉRIAS (4)
Sugestão de circuito gastronómico na região de Castelo de Vide:
1. Bar da Associação Recreativa e Desportiva de C.V (junto aos bombeiros): maravilhosas entradas, é tudo bom;
2. Rolo Grill, em Portalegre;
3. Mil-Homens, na Portagem, Marvão;
4. Clube Desportivo de Marvão (esplanada no centro histórico);
FÉRIAS (3)
O que mais gosto de fazer (segundo o meu filho mais velho de 4,5 anos) é túneis, circuitos, castelos, barcos e fortes de areia.
FÉRIAS (2)
A frase de férias:
"Papa reza para que chova em Portugal" (Título do jornal durante a semana de fogos).
Exclamação pronta da minha mulher: "Então ele não sabe que estamos de férias?"
FÉRIAS (1)
Olá.
Três semanas de total descanso permitiram-me algumas conclusões:
1. Ainda não apanhei o vício de blogar: apenas no primeiro dia tive uma tentaçãozita; depois passou-me.
2. A televisão (qualquer canal) não tem nenhum "valor acrescentado" em termos informativos: durante 3 semanas inteirinhas apenas tive acesso ao jornal "Público" e a alguns diários desportivos estratégicamente colocados nos cafés. E foi mais do que suficiente. Em muitos dias, foi mesmo excessivo.
3. O país realmente ardeu: pelo que vi de passagem na região de Portalegre e Abrantes a coisa foi mesmo grave;
4. Temos ainda praias maravilhosas;
5. Foi de longe o melhor ano para quem teve a felicidade e oportunidade para estar de férias em local fresco;
6. Come-se maravilhosamente no Alentejo;
7. As estradas nacionais estão bastante melhores;
8. As redes móveis de telemóveis tem bastante boa cobertura nacional;
9. um telemóvel em férias é completamente desnecessário;
10. As vilas do interior estão muito melhor cuidadas, em termos de qualidade urbanística, do que as cidades do litoral;


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