Cidadão Livre <$BlogRSDUrl$>

Simplesmente, Liberdade. Um blog de Gabriel Silva

30.6.03

Comic Ali: The best!

"I've no regrets. I was sincere in everything I said."
Claro que sim. A sinceridade do homem era a sua imagem de marca. O que atraia e cativava tanta gente, era o extraordinário facto de ser ver um homem do qual ninguém duvidada da sua convicção naquilo que dizia. Mas todos sabíamos que nada daquilo era verdade. Era fascinante.

Os apreciadores mais fanáticos poderão consultar o site dos fans.
Israel-Palestina
Evolução ao longo dos anos

Alguns bloguistas tem vindo a discutir a questão entre Israel e a Palestina.
A BBC tem um excelente site com mapas e resumos históricos que julgo interessantes conhecer.
Ver aqui.
O que é isto?

Alguém percebe o que seja o que o Fernando Ilharco, no Público quer dizer? A isto, na Faculdade, chamavam "palha".

29.6.03

Contributo para a Reforma da Administração Pública - I

Sendo certamente a reforma mais urgente e mais estrutural de todas quantas o páis precisa, a Reforma da AP começa a dar os seus primeiros passos.
Os grandes principios foram anunciados, mas o que interessará certamente a todos os cidadãos, será a sua concretização.

Aqui deixo alguns contributos:

1. O Diário da República passa a ter edição exclusivamente online; (custos drásticamente reduzidos, medida ambintalmente correcta, fim das polémicas sobre o dia de publicação de uma lei);
2. Todos os textos legislativos, após a sua recepção e convalidação, serão automaticamente publicados online;
3. O acesso ao DR online passa a ser grátis para todos os cidadãos; (se o desconhecimento da lei não exonera o seu cumprimento, então que se facilite o conhecimento da lei);
4. Todos os anúncios judiciais (penhoras, avisos, citações) passam a ser única e exclusivamente publicados no DR online (desculpem-me os jornais diários, mas julgo uma medida de bom senso);
5. Todos os anúncios de ofertas de emprego, empreitadas, concursos, editais, etc. de qualquer organismo estatal passam a serem unicamente publicados online; (economia, facilidade de publicitação, transparência);

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27.6.03

DOGA!

Yoga for dogs! A não perder. Cães com stress de NY passam a poder ter aulas de relaxamento de yoga.
REITORES BUROCRATAS

Os Reitores das universidades públicas não pretendem "sujar as mãos" com a fixação de propinas variáveis. Possívelmente por temerem represálias e mau estar com a sua principal base de apoio e de legitimidade: os alunos.

Interessante e paradigmático caso ilustrativo da mente burocrática e de irresponsabilidade genética. Semrpe se queixaram de falta de autonomia. no momento em que lhes é dada uma oportundiade apra diferenciarem as suas universidades umas das outras, mediante um política autónoma de custos de propinas e mesmo internamente, mendiante a possiblidade de diferenciação de propinas, consoante os diferentes cursos, rejeitam liminarmente tal possiblidade. E empurram tal responsabilidade novamente para o Estado central. São de facto "magnificos" reitores!
Já estou a ver o mesmo cenário acontecer quando lhes for dada a possiblidade de serem as universidades a selecionar os seus próprios alunos: "credo, nós? Não, não, o Estado que diga quem deve vir frequentar a nossa universidade". Isso sim, é o que se chama defender a "autonomia"!

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26.6.03

PAC Man

O Sevinate Pinto (qual a origem de "Sevinate"?) nosso MA, conseguiu dizer que o acordo da PAC era bom e por isso tinha votado contra. Mais um fantástico.
Ainda mais fantástico, é o acordo se debruçar apenas sobre vacas, leite e cereais.

Vinhos, maçãs, pêras, oliveiras e azeite, cerejas, mel, queijos, castanhas, amêndoa, laranjas, tomate, beterraba, batatas, hortícolas, etc., tudo isso fica fora destes "apoios", desta PAC. Fantástico.

Comico Ali

Parece que o carismático, enfático e palhaço-mor, o ex-ministro da Informação iraquiano foi finalmente capturado, segundo noticiou a Reuters.

25.6.03

BLOG

Os puristas (já reparei que há muitos "puristas" blogueiros), andam às avessas com a portugalização dos termos blogue, da blogosfera e bloguistas. Por mim, a língua é viva, como o demonstram tão bem os nossos irmãos brasileiros. Até acabei de criar mais uma adaptação: os blogueiros.

Em jeito de contribuição, proponho-me actualizar o célebre Diccionário Porrinha do soudoso falecido "Pão com Maiteiga":

BLOG - o mesmo que BITAITE (a partir da palavra "bit", que significa "vi-te", muito utilizada em informática).

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24.6.03

AFIXAR NAS CASAS DE BANHO, NOS AUTOCARROS, EM TODO O LADO
"Os Menos Exigentes *
* nota mínima da prova de ingresso entre 0 e 1,5 valores
"

(texto publicado no Público)

- Escola de Tecnologias Artísticas de Coimbra

- Escola Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa

- Instituto Politécnico de Gaya, Escola Superior de Ciência e Tecnologia

- Instituto Politécnico de Gaya, Escola Superior de Desenvolvimento Social e Comunitário

- Instituto Superior de Administração, Comunicação e Empresa

- Instituto Superior de Administração e Línguas

- Instituto Superior Autónomo de Estudos Politécnicos

- Instituto Superior de Informática e Gestão

- Instituto Superior de Línguas e Administração (de Bragança, de Leiria, de Lisboa, de Santarém, de Vila Nova de Gaia)

- Instituto Superior de Matemáticas e Gestão (do Fundão, da Marinha Grande, de Portimão, de Torres Vedras)

- Instituto Superior de Paços de Brandão

- Instituto Superior de Psicologia Aplicada (de Lisboa e de Beja)

- Instituto Superior de Tecnologias Avançadas de Lisboa (de Lisboa e do Porto)

- Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

- Academia Nacional Superior de Orquestra

- Escola Superior de Educação Almeida Garrett

- Escola Superior Educação Jean Piaget (de Almada, de Arcozelo, do Nordeste)

- Escola Superior Galaecia

- Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches

- Instituto Superior D. Afonso III

- Instituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares (de Almada, de Mirandela, de Viseu, de Santo André)

- Instituto Superior de Humanidades e Tecnologias (de Lisboa, da Marinha Grande, de Portimão)

- Instituto Superior da Maia

- Instituto Superior Administração e Gestão


Blog do dia: Jorge Marmelo


O escritor e jornalista Manuel Jorge Marmelo chega até nós, através do seu original (pelo menos no título) Mãe, também já tenho um blog. Bem vindo.
Constituição Europeia
Finalmente, alguma novidade!

Vital Moreira trouxe, finalmente, alguma coisa de novo ao debate sobre a Constituição Europeia com o seu artigo de hoje no Público.

Ficamos a saber que a Constituição Europeia afinal, não é apenas a soma dos anteriores Tratados + algumas mudanças cosméticas. Com a cláusula de salvaguarda da primazia "constitucional" europeia sobre as Constituições políticas de cada Estado, temos finalmente um dispositivo jurídico, verdadeiramente federal. Excelente notícia.

Tenho pena que tal modificação estrutural da União europeia tenha sido introduzida um pouco pela "calada" e não assumida frontalmente pelos 15 países, como um desígnio verdadeiramente europeu. Realizado na semi-clandestinidade, só poderá colher tempestades.

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Mourinho

Excelente a capa da "Ideias & Negócios" com a foto do Mourinho. Até parece outro. Está a sorrir.

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23.6.03

São João - III

Já me entrou pelas janelas o cheiro a carvão e ao tempero das sardinhadas que se avizinham...

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São João II

Duas semanas atrás, a produtividade do país desceu certamente para metade: feriado de 10 de Junho, logo seguido do feriado lisboeta de Santo António. Com as sempre simpáticas "pontes", foi um corropio de televisões, rádios e GNR's a falarem sobre os cuidados a ter no trânsito, os engarrafamentos, imagens do pessoal ao sol no Algarve, enfim, o costume. e está muito bem. É próprio da época.

Nestes dias de dupla ponte nortenha (Corpo de Deus e S. João), os efeitos das "pontes" tem sido mais do que visíveis: trânsito desanuviado, empresas fechadas para mini-férias, rarefacção de funcionários nos serviços públicos, greves pontuais. Mas, avisos das autoridades sobre trânsito, cuidados a ter no regresso a casa, previsão dos melhores horários, com excepção da NTV, nadinha.

Enfim, o costume.

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São João I


Fico sempre maravilhado com a capacidade recreativa ( de recriar) das tradições.

João, santo de carácter tão ascético, é associado à festa do solstício de verão.
Também Santo António, digno intelectual (a tal ponto que foi declarado Doutor da Igreja), franciscano, e pregador itinerante adquiriu uma imagem popular em nada condizente com a sua vida e ensinamento.

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SUSCEPTIBILIDADES

Francisco Teixeira da Mota enquadra, com razoável sentido de equidade, a recente troca de galhardetes entre advogados e magistrados.

Apenas um senão: se "o CSM, pela voz do seu vice-presidente, poder dizer o que muito bem entender e quando o entender.", então porque é que o presidente da Comissão dos Direitos do Homem da OA não o pode fazer? Se o Dr. Marinho Pinto, ao falar em público deverá fazer uma distinção entre as suas opiniões e as do orgão que representa, porque não exigir essa mesma distinção ao vice-presidente da CSM?

Aliás, é interessante como a questão da eleição de Nobre Guedes, advogado e político do PP no activo, para o CSM (Conselho Superior de Magistratura) deixou tanta gente em polvorosa e hoje já não ninguém fala disso.
O "escândalo" da altura era uma suposta influência que Nobre Guedes poderia ter em relação a casos mediáticos relacionados com o PP, nomeadamente o "caso Moderna".
Sabem quando se deixou cair esse "escândalo"? No dia da prisão de Paulo Pedroso.
E sabem porquê?
Porque se soube que o seu irmão tinha sido eleito para o mesmo CSM 15 dias antes, por indicação do PS, no mesmo dia de Nobre Guedes.
Os media e os colunistas deixaram cair o assunto, não fosse alguém dizer que também essa eleição seria uma forma de pressão. Como essa hipótese era, para o sistema politico/mediático, "impensável", então, teve-se de deixar cair também o caso de Nobre Guedes. Curiosas formas de funcionamento das agendas político/mediáticas.

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OS HOMENS DOS PRESIDENTES”:

VERSÃO DO REALIZADOR
Um Relatório da Global Witness
Protagonistas principais JACQUES CHIRAC e JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS
Co-protagonista BORIS YELTSIN como ele próprio
Participação especial de GEORGE W BUSH e DICK CHENEY
Baseada numa ideia original de CHARLES PASQUA e JEAN-CHARLES MARCHIANI
A Falta de transparência pela maioria da INDÚSTRIA INTERNACIONAL PETROLÍFERA E BANCÁRIA
Introduzindo a noção de “DIVULGUE O QUE PAGA
Sem classificação: sem censura pela COMUNIDADE INTERNACIONAL
EDUARDO DOS SANTOS

... vai falar num Fórum qualquer sobre "Transparência e boa governação"! Extraordinário! Se fosse "ouvir falar de", todos reconheceríamos a utilidade da coisa. Assim, não dá para compreender.

A tragédia angolana, a corrupção dos seus governantes e as consequências políticas, internacionais e regionais da abundância de petróleo, estão muitíssimo bem descritas no artigo de Ana Camacho, já anteriormente referido.

E para se ter uma ideia completa sobre a corrupção petrolífera, veja-se o impressionante dossier realizado pela "Global Witness".




22.6.03

Constituição da Europa

António Barreto diz "Sou adversário desta Constituição, mas, apesar disso, votarei certamente a favor, pois, caso contrário, corro o risco de ficar sem Constituição, o que seria bom, mas também sem Europa e sem União, o que seria péssimo. ".

Diz e muito bem. Não partilho de muitos dos seus receios. Nem dos de JPP. Nomeadamente quanto ao risco de se poder começar a pensar na União Europeia como um país. País não será certamente. Estado sim, talvez. Federal de preferência. Isso já fará sentido.

Voltando a AB. Também não gosto desta Constituição de 60 mil palavras e 290 páginas. Nem sequer julgo democráticas, ou sequer, eficazes algumas das reformas institucionais previstas. Mas tenho o mesmo dilema em votar contra: a derrota de um referendo poderá ser um retrocesso demasiado elevado. E se se aceitar este "passo em frente" como sendo o "possível" (diosa expressão), e sobretudo, como solução provisória no caminho de um regime puramente federal, bicameral e democrático, então que seja.

No fundo, tenho uma forte esperança (e desejo) que o novo modelo institucional se revele tão pouco eficaz, que os 25 Estados, daqui a dois anos, se vejam na necessidade de tornar a dar mais um "passo em frente". E que dessa vez, é que seja no bom caminho.
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Mugles


Setecentas e noventa páginas, quase um kilo de peso, treze milhões de exemplares para a primeira edição em inglês. Se os numeros são algumas vez significativos, está é certamente uma dessa ocasiões. Se há algum fenómeno é milhões de crianças, jovens e adultos estarem ansiosos por ler e partilhar um livro.

Mas a auto-denominada intelectualidade odeia isso. Que horror, pessoas a correrem para comprarem um livro.

Interessante como por vezes se nota uma fratura estruturante entre gerações. Veja-se o sentido saudosista tipicamente "no meu tempo é que era bom" da recuperação pelo Portugal dos Pequeninos de uma crónica de Vasco Pulido Valente.
Parece claro que, mais uma vez, estamos perante actitudes tão tipicamente portuguesas (infelizmente): inveja, desconhecimento, elitismo, "o que é popular é sempre mau", falar do que não se conhece, etc., etc.´

Nem sequer notam no paradoxo e novidade de uma (ou mais) geração "da televisão, e dos jogos eletrónicos" que também lê. E certamente lê mais. Mas lê coisas diferentes. O que é bom.


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21.6.03

A novela Camacho

Não entendo como uma sociedade desportiva, que se supõe ter gestores profissionais e cujo objectivo social é a obtenção de mais valias e de lucro, se dá azo a participar e fomentar uma novela como a que actualmente decorre (há já alguns 4 meses, talvez) para a contratação de um simples treinador.
Mais incrível, é como há jornalistas que dão tanto espaço de antena a este assunto.

Muito gostava era de ver algum jornalista a investigar o porquê deste "namoro" tão difícil e prolongado. As verdadeiras razões.

O que é que faz um presidente de uma SAD humilhar-se publicamente semana após semana, correndo com um contrato na mão atrás de um treinador: "olhe, se faz favor, puede usted firmar aqui?". "Que non, conho, necessito de mas condiciones. Habla com mi agente".
A QUESTÃO PREDIAL

MST aponta uma série de razões válidas para duvidarmos da eficácia da recente reforma da tributação do património.

Mas uma reforma mais necessária e com raízes mais profunda de injustiça mantêm-se ainda intocável: a questão das rendas de habitação congeladas à dezenas de anos.

Para que se saiba, foi por ocasião da participação dos soldados portugueses na I Grande Guerra que o governo de então congelou as rendas das habitações de Lisboa e Porto. Tal medida tinha lógica, como forma de proteger quem estava ao serviço do país. Mas após o regresso dos soldados, a situação manteve-se. O Governo do Estado Novo, demagogicamente (como quase tudo o que fazia, é certo) manteve a situação.
A Revolução do 25 de Abril, naturalmente, manteve o congelamento das rendas, não fossem os perigosos burgueses prejudicar alguém da classe operária.
E todos os governos democráticos tem mantido a situação, com vagas e difusas razões sociais.

O certo é que por questão de falta de coragem política e por um empedernido preconceito contra os proprietários de habitações, as rendas mantem-se congeladas. Com os efeitos que se podem ver em qualquer zona dos centros das cidades.
O Estado entende que os propríetários devem ser os responsáveis pela política social de habitação, suportanto sozinhos os custos sociais da manutenção de rendas socialmente protegidas.

Evidentemente, que inúmeros cidadãos tem direito à habitação. Evidentemente inúmeros cidadãos tem direito a que a renda a ser paga seja baixa, e de acordo com os seus rendimentos.
Evidentemente, inúmeros cidadãos tem direito a que a suas casas tenham boas condições.
Evidentemente que os senhorios tem a obrigação de manter as casas em boas condições de habitabilidade e salubridade.

Tudo isto é evidente num Estado moderno e socialmente responsável e solidário.

Só não é evidente é que tal seja realizado à custa, única e exclusivamente do rendimento dos propriétarios. Isso é que eu não compreendo. Nem sei como não há quem avance com uma acção por perdas e danos contra o Estado.

E após tantas décadas de laxismo, que fazer? Bom, gradulamente o Estado deverá averiguar quais os inquilinos que de facto precisam de rendas sociais, e ,nos casos detectados, atribui um subsídio social, de forma a que o propriétario receba a renda a que tem direito. Simples. Mas pode ser caro. Pois, mas de quem é a responsabilidade?
O Cheque

O cheque de zero (sim, meus caros, ZERO) cêntimos passado pela Segurança Social de Lisboa e apresentado na edição do dia 21/06 do "Público", deveria constituir fundamento suficiente para despedimento com justíssima causa dos dois funcionários diligentes, zelosos e puramente burocratas que o assinaram.
Democracia

JMF afirma que "Em democracia, mais do que escolher um governo, é importante poder afastá-lo pacificamente através de eleições."

Defendo que deve dizer ainda mais afirmativamente: a democracia é o único sistema político que permite substituir os governantes sem ser pela violência. Essa é que é essa. Tudo o resto são floreados que ficam bonitos em tratados de ciência política.

20.6.03

O Público e o Projecto de Constituição Europeia


É dificil de compreender como um jornal como o Público, consegue dias a fio escrever artigos sobre o Projecto de Constituição Europeia sem indicar, seja na versão em papel, seja na versão online, o link respectivo para o cidadão leitor poder ter acesso ao texto original.
Será que nos querem apenas "vender" a versão apresentada pela Teresa de Sousa e a Isabel Arriaga e Cunha?
BOA CAPA

Excelente a fotografia da capa do DN de hoje.

19.6.03

Vacas e rajadas
Parábola do mundo moderno

Certamente leram apetitosamente a notícia da vaca abatida a tiros de metralhadora, em Milheirós, Maia.

Não é extraordinário?

A pequena notícia vem na capa do caderno LocalPorto do jornal Público (não, não tem link) É um verdadeiro tratado sí­ntese do actual drama em que uma parte importante do tecido social português vive: a inadaptidão e o fim anunciado do mundo agrícola.

Vejam-se os pormenores deliciosos.
Primeiramente, a noticia, publicada no dia 18, informa-nos que a vaca tinha sido abatida "anteontem". É um outro tempo, um mundo paralelo, onde se publicam notícias num jornal diário em que se faz referências a acontecimentos de "anteontem".

Mas há mais: "o bovino tinha fugido duma vacaria no passado dia 12 segundo contou à  polí­cia local o proprietário do animal, provocou o pânico entre as habitantes daquela zona".
Quatro dias que nunca ninguêm conhecerá. Onde esteve? Onde pastou? Onde defecou? Quem a viu e não deu o alerta, como se impunha, à  policia?: "Senhor agente, eu vi ali uma vaca". Alguém pode imaginar a ansiedade do proprietário? Quatro noites mal dormidas, e não foi por causa do calor.

Mas terrí­vel choque civilizacional foi mesmo o compreensível pânico causado à  população pela visão, ao vivo e em directo da dita vaca. "Credo, um monte de bifes ambulantes, socorro!"terão gritado, certamente, os moradores da zona de Milheirós, Maia. Habituados a reconhecer as partes da vaca (vazio, rabada, lí­ngua, bife, mendinha, etc.), expostas nas prateleira de um qualquer supermercado, a visão do conjunto, articulado e ambulante deve ter sido terrí­fica.
Mas imagine-se também o dilema com que se enfrentou o guarda que recebeu a participação do desaparecimento da vaca e do "susto" da população. A cara dele, a procura desenfreada do artigo da lei que poderia ser invocado para uma actuação naquela situação. A vergonha de telefonar para o seu superior e dizer ""Ó Chefe, o que é que eu faço?".

Prossigamos a narrativa: "Um agricultor de 45 anos avisou as autoridades da perigosidade da vaca. O animal investia contra tudo o que se movia". Importante e significativo o pormenor da referência à  idade do agricultor. Se fosse mais novo, teria procedido de igual forma? E se fosse mais velho, quais as opcções que se lhe apresentariam?
Quanto ao facto do bicho atacar qualquer objecto movente, bom, nada mais natural. O mundo civilizado, composto de automóveis, peões, é-lhe completamente estranho, nascida e criada que foi numa vacaria, protegida do mundo exterior desde a sua nascença.
Muitos de nós não investiríamos contra tudo o que estivesse imóvel se nos víssemos fechados numa vacaria?

O climax é excelentemente descrito e o respectivo desfecho trágico: "Chegando a temer pela integridade física e incapazes de terem êxito na captura da vaca, os agentes que acorreram ao local, acabaram por abatê-la com tiros de pistola-metralhadora."

Temeram pela "integridade física". Não se diz que tiveram medo, nem se faz referência ao facto de, lamentavelmente, na formação moderna dos agentes policais, as técnicas tradicionais da pega de caras (ou mesmo de cernelha) não serem praticadas.
Daí­ que não espante a incapacidade demontrada de obterem "êxito". E o recurso a uma rápida e fulminante rajada de metralhadora, terá sido certamente em desespero de causa. Imagina-se o tumulto por aquelas bandas: "ouviste, pareciam tiros. Vai ver o que foi. Ò pai, a polícia matou um bicho."
O horror da violência, o bicho a esvair-se no chão, a vizinhança toda a olhar, os polícias, "cheguem para trás, há bifes para todos". Foi em Milheirós, Maia, antes de anteontem.

Enfim, mais um episódio de um mundo que tende a acabar. Fazemos votos que nem sempre por força de pistolas-metrelhadoras.


Debate sobre a Europa

Numa pesquisa primária, verifiquei que o El País, o El Mundo, o Le Monde, todos tem um link para o projecto de Constituição da Europa nas suas homepage.
Em contrapartida nem o Público, nem o DN o fazem. Porque será?
A França e as liberdades

Coincidência ou não, a França prendeu 159 militantes da oposição iraniana (ver Público) no preciso momento em que decorrem maifestações diárias contra o regime em Teerão.

Não é que eu goste do que defendem esses grupos de oposição. Mas a questão de base não é essa.
Se num país o direito à oposição política, à livre defesa de pontos de vista políticos está limitada, então o meu ponto de vista é sempre o de defender quem está manietado, limitado ou impedido de se manifestar livremente. Defendo que todos tem direito a manifestar os seus pontos de vista.

O Governo francês acusa aquels grupos, agora alvo de perseguição policial de actividades terroristas. Como se viu, no meio daquela gente toda, foi apreedida uma pistola devidamente legalizada... O ridículo mata.

Os elogios à actuação francesa por parte das autoridades iranianas deviam fazer corar de vergonha qualquer democrata e adepto da liberdade.

Ainda que houvesse motivos policiais (terroristas, por exemplo) para a sua actuação, o governo francês, em qualquer caso, deveria dar semrpe uma explicação estritamente legalista, e repudiar expressamente o apoio político da parte do governo iraniano.

Amigos daqueles são de evitar em qualquer caso.
Noites de verão

Noites abrasadoras como as dois últimos dias dão ao nosso país um certo ar mediterrânico que só nos fica bem.

As esplanadas, a Foz, o Cais de Gaia enchem-se de famílias a refrescarem-se a desoras (tal como é muito habitual na vizinha Espanha).
Nas soleiras das portas dos prédios, os vizinhos fumam um cigarro ou partilham uma cerveja enquanto conversam e as crianças andam a correr (como podem?).

As principais vias da cidade teêm engarrafamentos às 23 horas, especialmente em direcção às zonas ribeirinhas e marítima.

Não sei, mas a cidade, assim, parece mais civilizada, mais harmoniosa com a natureza (social).
MARCAS DE SEMPRE

Um dos passatempos que me dá mais prazer é detectar produtos e marcas eternos.

"Apenas" são precisos três critérios:

1. existirem há mais de 30 anos;
2. serem produtos que se comercializam sem qualqUer publicidade;
3. serem marcas reconhecidas, no sentido de que o público em geral as conhece;

Aqui fica a minha lista provisória, para a qual agradeço a V/ colaboração:

1. Limpador de metais "Coração";
2. Farinha "Amparo";
3. Fermento culinário "Royal";
4. Pudim "Mandarim";
5. Rebuçados "Dr. Bayard";
6. Rebuçados "São Brás";
7. Sabão "Clarim";
8. Jornal "O borda D´Agua";
9. Farinha "Maizena";
....

Novos Blogs
Mais blogs interessantes

Francos José Viegas chegou até nós com o seu Aviz Boa notícia (mais um que lê pensa) e bem vindo seja!

Também Pedro Mexia voltou com o seu Dicionario do Diabo. Boas notícias.




17.6.03

DISCUTIR OS BLOG'S
Contributo

Muito interessante a discussão que em alguns blogs se tem vindo a fazer sobre a natureza e caracteristicas deste meio. Veja-se a complilação/reflexão sobre o assunto em Abrupto.

Cheguei apenas há dois dias, portanto apenas posso descrever o porquê de aqui estar. Básicamente, porque é um modelo com uma componente simultaneamente imediatista e reflexiva.

Mas a adesão foi mesmo pelo que diz JPP "A esta vantagem da imediaticidade acrescenta-se o facto dos blogs serem neste momento o único meio de comunicação alternativo em que se pode livremente criticar os meios de comunicação social escrita e audiovisual . Por razões corporativas , os media tradicionais são muito avessos a essa crítica e esse é um espaço livre para os blogs e , quando se lê os mais interessantes entre eles , esse espaço já está a ser ocupado . "

Com efeito, quem lê, quem gosta de estar informado e de reflectir sobre a realidade, depara nos orgão de informação com erros, seja porque temos previamente outras fontes de informação, seja porque em muitos caso as mesmas fontes dos jornalistas podem ser directamente chekadas por nós próprios. É algo que para muitos jornalistas será novo. Mas, de facto, o público, sobretudo o leitor, consegue comparar, a mesma noticia, e em simultãneo, em multiplas versões, fazendo de imediato o seu próprio "julgamento". E no caso de ser negativo, sente-se tentado (ou sente mesmo como um dever) a apresentar a sua versão, "final", digamos assim.

As secções das cartas de leitores são espaços manifestamente insuficientes e não se entende (ou aceita) muitas vezes o respectivo critério. Nos jornais online é certo e sabido que o autor da noticia nunca vai ler os comentários aos seus artigos, pelo que tal esquema não é também solução.

Descobri os blogs através dos editoriais do José Manuel Fernandes e dos textos do António Granado, ambos no jornal Público. A princípio pensava ser mais um espaço tipo chat, o que eu odeio. Mas quando cheguei ao Blogo vi de facto boas potencialidades.

Por um lado permite traduzir em versão escrita muito do que reflectimos. O que se lê, o que ouve ou vê nos meios de informação.

Em segundo lugar, o imediatismo é atraente e traduz também uma certa necessidade pessoal de exteriorização.

Em terceiro, é enriquecedora a hipótese de em certos blogs se aceder a opinões juntamente com os links para a versão original, para a fonte. Aliás talvez seja esta a grande, enorme vantagem em relação ao jornal impresso.

Em quarto e último, julgo também importante os blogs em termos meramente profissionais. A colocação online de pensamentos, reflexões, estudos, pesquisas, ainda que fragmentários em relação a trabalhos de outra natureza e noutros meios, pela sua realização e pela sua "publicidade" (o acto em si e não propriamente a audiência), poderão ser um poderoso auxiliar na esquemtização de trabalhos posteriores.

Sou adepto (e pratico) o sistema fechado, isto é, sem comentários imediatistas, pois pessoalmente é-me mais simpático e porque evita de facto o ruído do eco público. A colocação de um email para contacto possiblita, no entanto, o necessário feedback.
BOSSI, canhões e imigrantes

Extraordinário personagem este Umberto Bossi, Ministro da Reforma no Governo italiano.
Agora deu em querer disparar tiros de canhão contra os barcos carregados de imigrantes ilegais que tem vindo a chegar quase todos os dias a Itália. Ver noticia no Público de hoje.
De facto, aquele tipo de imigração é complexo e nenhum país está preparado para enfrentar tais vagas de imigração. Mas, independentemente do problema em si, a "solução" de Bossi é por demais ridícula.
Quem souber o mínimo de italiano e quiser confirmar, aqui fica a entrevista original e na íntegra. Vale a pena.
JORNALISTA BEM PAGO

Interessante, como um artigo de um jornalista consegue demonstrar de forma tão frontal, o enviezamento da informação por influência do ponto de vista pessoal.

Passo a citar: "Mais de 80 por cento dos imigrantes em Portugal estão satisfeitos com a situação que vivem, apesar de metade deles declarar ganhar entre 500 e mil euros por mês".

Desconhece o jornalista (o artigo não está assinado) que o salário médio em Portugal é de pouco mais de 600 euros., pelo que os valores apresentados são bem razoáveis. Aquele "apesar de", é típicamente um erro de palmatória, pois introduz uma apreciação, ainda para mais, valorada do ponto de vista estritamente pessoal.
IMPORT-EXPORT
Questões da emigração

A noticia de que no ano passado emigraram 23 mil portugueses é sintomática de uma certa disfunção da nossa sociedade. Pena que no mesmo artigo não venham os dados sobre as entradas de emigrantes (legais e ilegais, já agora), de forma a se puder ter uma noção mais clara sobre os fluxos migratórios em Portugal.

A indicação de que 80% dos que emigraram tinha apenas a escolaridade obrigatória certamente explicará, na maioria dos casos os motivos da sua saída e procura de alternativas de vida. Não deixa de ser interessante ( e triste) que 2,9% não saibam sequer ler e escrever. Até custa a acreditar.
Por outro lado, constatasse que a maioria dos emigrantes entrados terá mais do que a escolaridade obrigatória.
Tal realidade, levanta uma questão difícil: se o país precisa assim tanto de pessoas mais qualificadas, ao ponto de eles encontrarem emprego, apesar da dificuldades da língua, porque é que não consegue o país dar essas habilitações aos seus próprios nacionais?
EDUCAÇÃO

A questão do nível ou patamares mínimos de exigência no ensino superior (ou na educação em geral) são um excelente tópico de reflexão. Para já fica aqui apenas a referência a um texto sobre o assunto, no Público de hoje.

16.6.03

Fetiches

Pronto está bem. Confesso que tenho um certo fetiche por 3 personagens públicas. Sempre que os vejo na televisão ponho o som mais alto, mando calar as crianças ("agora o Panda não!") e saco de uma caneta para não perder pitada.

Um, é o incontornável Gabriel Alves. Ok, ok, eu sei que é um clássico, mas quem não gosta de ver o Casablanca?
Devo desde já prevenir que o acho um profissional sério e esforçado. Não estou a achincalhar o homem. Ele apenas me diverte. Que culpa tenho? Usando o seu estilo oratório: é um criativo, um manancial, um driblista da língua portuguesa, um figurativo, um outsider, um 2 em 1 (jornalista/entertainer, mas bom nas duas qualidades). A última que lhe ouvi foi sobre a Taça Uefa onde a equipa do FCP teria no seu seio "a créme de la creme da nata" dos jogadores nacionais. Não é genial?

Um outro personagem de que não perco pitada é o Vara.
Num registo diferente é certo. Os apreciadores apenas conseguirão maximizar o momento da sua presença televisiva se incorporarem alguma dose de distanciamento em relação à realidade portuguesa e uma visão, no mínimo, não demasiado negativista da vida.
É um personagem admirável a muitos títulos, sobretudo os alcançados aquando da sua passagem pelo governo e pela coordenação da campanha autárquica de 2001. Foram momentos de verdadeira euforia televisiva que vivi. Era um prazer ouví-lo. Sei que escreve num jornal desportivo e uma vez até o li. Mas... não é a mesma coisa.

Também a sua última intervenção foi sublime: pois não é que o homem ficou enchofrado, melhor dizendo, ofendido com o "tirar o cavalinho da chuva" do PR, numa sua primeira intervenção, a propósito da amnistia de 99. E o que me deu mais gozo, foi rever as imagens do PR e... surpresa: não é que o Vara tinha razão? Adorei.

O terceiro personagem é o inefável Guilherme Silva. Confesso que demorei um pouco mais a ser atraído. Não tem aquele savoir faire , aquele sorriso matreiro do Gabriel Alves, nem a presença serena e séria do Vara. Mas com um pouco de atenção, é-se facilmente cativado pelo discurso de Guilherme Silva. É uma atração puramente intelectal.
Recordo mesmo com grande nitidez o primeiro momento: a votação da lei a permitir as touradas de morte (cá está novamente o dedinho maroto do PR).
Perante as negociações entre os partidos da maioria, em que tudo indicava que seria a lei aprovada, vejo o Guilherme Silva, na RTP2 a ser interrogado sobre se iria cumprir o que um dia tinha dito de que "sempre votaria contra tal "retrocesso civizacional", garantindo ele próprio e em directo, que era pessoa de convicções, que não mudava facilmente, etc.. Perante a insistência da jornalista (que não estava muito bem a ver como é que o líder da bancada da maioria iria votar contra o próprio partido), ele foi categórico: "votarei como sempre votei". Isto é, contra.
Dia seguinte, hora da votação. Procuro freneticamente o publico-online e lá estava: o homem não me desapontou, votou mesmo a favor. Eu tinha acabado de descobrir um novo fetiche.
Que se tem vindo a confirmar ao longo dos tempos.
Não disse ele que no caso do levantamento da imunidade do seu correlegionário deputado-arguido (o de Águeda), que a decisão da sua maioria tinha sido consonante a prática de sempre da AR e que "independentemente da cor partidária, o seu partido votaria sempre de igual forma."?
Pois passados poucos dias, votou pelo levantamento total da imunidade do Paulo Pedroso.
E agora, volvidas algumas semanas, diz que os deputados (incluindo ele próprio, está bem de ver) não deveriam nunca ter permitido tal coisa.
É de facto um prazer poder disfrutar de pessoas assim. Bem hajam.

P.S. (salvo seja) Sr. PR: não seja desmancha prazeres, deixe-nos livremente praticar o desporto nacional, o bota-abaixo. Viram como até no domingo o pobre do Marcelo estava ligeiramente deprimido. Pudera. Esteve uma semana em Ítália e quando volta tem de gramar (em video!) não sei quantas horas de telejornais e hora e meia de Fátima , para a análise da semana. É depressão certa e segura para qualquer um.
EUROPA- 2

As peças jornalisticas e os comentários sobre o novo Tratado ou Constituição da Europa deixam qualquer um na mesma: afinal como é que vai ser o futuro institucional da União?

Os jornalistas e comentaristas bem se esforçam (alguns) por apontar as diferenças e alterações para o futuro, mas para tal, partem do pressuposto de que se sabe ou compreende o actual sistema. O que nem sempre é líquido.
Portanto, não vale de muito explicar o que muda, até porque a sensação que se tem é que com tanto compromisso, cedências mútas, interesses, etc., conseguiu-se construir uma tal teia institucional que só mesmo especialistas conseguirão deslindar.

E tudo isto porquê e para quê?

Porquê, já se vê: se o actual sistema é complicado, seria forçoso alterar as regras de funcionamento para uma União com 25 membros.

Para quê: além do lado pragmático, sempre se aproveita estes momentos revisionistas para reforçar um pouco mais a tendência federalsita da União. foram instroudizadas novas áreas de competência. Criou-se a figura extraordinária de um futuro Ministro dos Negócios Estrangeiros. A União passa a ter legitimidade e capacidade de assinar Tratados internacionais, reforça-se ligeiramente os poderes do Parlamento Europeu, e o princípio da subsidiriedade entre a União e os Estados.

Ok, até aqui ainda vou.
Mas, seria mesmo necessário tanta complicação e tanto ridículo? Exemplo do ridículo: cada país mantêm um comissário, mas apenas 15 tem direito de voto, a ponderação de cada país não segue exactamente o peso demográfico, os comissários mantem o estatuto de representantes nacionais, etc.

Não seria mais simples, eficaz e democrático um modelo bicameral?
O Parlamento Europeu é já eleito directamente pelos povos europeus, mediante uma representação proporcional à população. Esse Parlamento escolheria o presidente da Comissão. Este por sua vez escolheria os comissários mais tecnica e politicamente competentes, independentemente da sua nacionalidade.
Os Estados teriam cada um dois (ou três) senadores (eleitos directamente) numa segunda câmara que teria o poder de revogar decisões do Parlamento Europeu.
Desta forma, os grandes Estados não poderiam mandar no pequenos por força do voto demográfico, pois sempre os pequenos poderiam conjugar-se na defesa dos seus interesses num Senado. Constituiriam-se alianças pontuais consante o interesse próprio de cada Estado, a sensibilidade política e o próprio mandato popular de cada senador.

Acho que seria tudo muito mais simples.

E dirão: Mas isso é o modelo federal puro dos EUA. E daí? Não funciona bem? Então porquê tentar inventar mal o que está já inventado bem?

E não se diga que os pequenos Estados nunca conseguirão colocar um dos seus membros na presidência da Comissão ou ter comissários. O Arkansas é um Estado minúsculo (dentro dos EUA) sem peso especifico político, demográfico ou económico. E mesmo assim teve um Presidente. E se algum Estado tiver um político ou técnico que se destaque pelas suas qualidades e competência, certamente terá oportunidade de ser escolhido para comissário. Uma Comissão que fosse composta única e exclusivamente por comissários dos grandes países e que estes revelessam ali estar apenas por isso e não pelas suas capacidades, não teria certamente apoio popular, nem muito menos do Parlamento.
Gasta muita saúde?

Essa foi a fantástica pergunta que um jornalista (SIC, Jornal da Tarde) fez a uma "popular" a propósito do aumento das taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde.
Petróleo, poder e corrupção

Excelente artigo de Ana Camacho, intitulado "Golfo da Guiné: Ouro Negro a rodos".

Muito interessante e bem fundamentada a análise sobre as consequências politicas e estratégicas da riqueza sumersa daquela zona.

É significativo (e preocupante) que as denúncias que são feitas, relativamente a Eduardo dos Santos e à sua "entourage" não tenham qualquer eco na restante imprensa ou medias. Porque será?
"Colóquio" Social Português

Como muito bem diz o Abrupto, o Fórum Social Português não passou de um simples colóquio, pelo qual passaram algumas centenas de ilustres pensadores e um desfilezito de 3 mil pessoas.

Apenas como exemplo: neste fim de semana 70 mil pessoas (sim, setenta mil pessoas!) assistiram à homilia de D. José Policarpo apelando à caridade dos cristãos.
Europa (again)

Luis Salgado de Matos, na sua crónica sobre a Europa, desconhe a existência de uma versão em português da Constituição da Europa. Meu caro, o Google tem muitas potencialidades e é tão fácil de usar!

Bem vista a diferença substancial e fundamental entre os "convencionais" europeus e americanos. Essa diferença diz tudo sobre o actual processo de construção europeia.
ALGURES NO DESERTO

Excelente crónica. A ida de Martins da Cruz ao encontro de Kadaffi tem ritmo, cor, informação. Parece que vamos com o jornalista. Melhor do que uma imagem: um bom texto.
Portugal no seu melhor!

Nós também apoiamos a Tânia Nascimento!Mas será que a edição online não consegue arranjar uma fotozinha que seja? Alegremos o pessoal! Indiquem-nos onde se pode sintonizar a BBC4! Sejamos patriotas.
Eu quero um screen saver!

Sugestão: A Tânia devia iniciar um negócio de serviços de despertar, embora a concorrência seja forte.
DESLOCALIZAÇÃO

Um verdadeiro achado, a frase de Eduardo Cintra Torres. "Eu não fugi! Eu apenas me deslocalizei!".
FÁTIMA

No mês de Junho, a Aparição de Fátima foi no dia 11.
DOMINGO

Como sempre, ao domingos, excelentes artigos dos colunistas "publicos": Bento Domingues, Mário Mesquita, A. Barreto.
E também no Espaço Público, algumas coisas interessantes: é sempre bom reviver o passado com o querido Vítor Dias. Se fosse ele a ir a Cuba certamente seria recebido pelo Camarada Geral, ao invés do eterno azarado Carlos Carvalhas.
Boas e certeiras questões as do José António Barreiros.

Nota para uma nódoa grave: o da filha lésbica do congressista blá, blá. Puro entretinimento. Nem análise séria. Nem investigação. Apena um conjunto de coscuvelhices, típicas de um artigo no pino de verão. Deve ser do calor...
Cultura religiosa

Logo na primeira ( e longa!) frase do texto sobre Ecumenismo no Hospital S. João, fiquei com uma dúvida: então a liberdade religiosa não é igual para todos? Porque é que um serviço da Igreja Católica como é o da Capelania do Hospital é que, com a colaboração das outras confissões e Igrejas, vai criar um Departamento a assegurar a assistência relgiosa interconfessional aos pacientes?

Não seria mais lógico que cada confissão tivesse oportunidade de criar a sua própria capelania? E se quisessem trabalhar em conjunto (o que até seria desejável) seriam livres para o fazer, mas de qualquer forma não estavam dependentes desta "boa vontade". Esta seria uma boa questão a levantar pelo jornalista.

Já agora, mais um reparo. O Nuno Corvacho ao falar de confissões protestante, parece meter tudo no mesmo saco, o que não é bem assim. Lá por não serem confissões Católicas Romanas, nem por isso, se tornam "protestantes". As confissões protestantes nasceram do movimento da Reforma do século XVI. Essas sim, são protestantes. As outras confissões, posteriores a esse momento, como é o caso da Igreja Lusitana, não são protestantes. São simplesmente cristãs, separadas de Roma.
EUROPA - 1

A Europa acaba de concluir um projecto de Constituição e os critérios editoriais remeteram essa notícia para a página 16! Fantástico, depois que ninguém se queixe em editoriais inflamados que a Europa nada diz aos cidadãos. Pelo menos sabemos que diz pouco a alguns jornalistas.

Não teria sido útil a Isabel Arriaga e Cunha, no jornal "Público" colocar uma simples indicação do link para o texto da Constituição europeia?
Dar a conhecer aos cidadãos aquilo que algumas cabeças iluminadas resolveram, poderá sempre ser útil, dado que terá certamente grandes implicações na vida de todos os dias dos cidadãos europeus.
A QUESTÃO DA ORIGEM E DA COR

Na notícia do Público sobre o golfista António Sobrinho, o autor da peça, Rodrigo Cordeiro utiliza a expressão "O português de origem angolana", para descrever a negritude do dito desportista.

Julgo que tal caracterisitca fisica é, não só por si mesma irrelavante, como a sua cor é bem patente na fotografia publicada. Para além disso, pelo menos para os mais atentos, já se sabe que ele é preto. Mas a questão de fundo, é o porquê do uso daquele expressão "de origem". O que é que isso interessa? É um pouco suspeito, ou pelo menos incerta a razão para a utlização deste tipo de expressões. Será medo de dizer "preto"? Ou não será precisamente apra chamar a atenção para a sua cor? Mas neste caso tal é irrelevante para a notícia.
Se o critério é o da origem das pessoas sobre quem se escreve, bom, então ter-se-á de alterar muita coisa: quando se falar de Otelo Saraiva de Carvalho, passaremos a dizer "revolucionário de origem africana", ou "de origem moçambicana". Se falarmos de António Costa, ex-ministro da justiça, dir-se-á também "de origem africana" apenas porque é mulato? etantos e tantos outros personagens públicos passaram a ser de "origem algures"? E Carl Lewis, Eusébio, serão todos de "origem africana"? E mesmo que se use o termo "preto", em que é que isso é relevante? Será apenas se se estiver a escrever sobre o sucesso ou insucesso dos atletas (neste caso) pretos, em determinado contexto de análise social.

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