Cidadão Livre <$BlogRSDUrl$>

Simplesmente, Liberdade. Um blog de Gabriel Silva

30.9.03

ENSINO SUPERIOR (1)
Simpáticamente convidado a mandar os meus bitaites, fica aqui uma introdução de cariz testemunhal:
A razão que me levou a tirar um curso numa universidade privada foram razões económicas. O curso que eu pretendia tirar não existia na universidade pública da minha cidade, mas apenas em duas universidades privadas. A minha deslocação para Coimbra ou para Lisboa, onde eu não tinha parentes, era muitíssimo mais onerosa para o orçamento familiar (que não era elástico), pois incluiria aluguer de quarto, refeições e deslocações. Argumentos ponderados, a propina na universidade privada era substancialmente mais reduzida do que o conjunto desses encargos. Portanto, não tive escolha.
No conjunto dos meus cerca de 120 colegas muitos havia na mesma situação do que eu. Vinham era de mais longe. Macedo de Cavaleiros, Chaves, Mirandela, Melgaço, Braga. E estes vinham porque geralmente tinham algum parente por cá e portanto já lhes compensava económicamente. Na altura (20 anos atrás), não me lembro de nenhum colega ter optado por aquela faculdade por esta ser melhor em termos de qualidade de ensino do que Coimbra ou Lisboa. Em termos sócio-ecónomicos, os meus colegas pautavam-se por uma normal e sádia diversidade: havia de tudo como na farmácia: muito ricos, ricos, assim-assim, modestos, e pobres. Sim, também os havia, e tinham bolsas atribuídas pela faculdade não pagando propinas e em alguns casos recebendo ainda uma bolsa de ajuda para os estudos.
O ensino era assegurado por professores assistentes formados pela própria faculdade e por catedráticos de Coimbra. Como não apreciei particularmente o curso em si, não posso, com rigor, pronunciar-mse sobre a qualidade dos docentes, sobre se eles tinham tempo para ajudar os alunos, etc. Não tenho a noção de o curso ser melhor ou pior do que os outros, simplesmente porque nunca exerci profissionalmente a minha licenciatura. Sei que tenho colegas a exercer distintamente em muitas profissões e muitos outros que, como eu, que não deram uso ao "título". Certo é que, desses factos, não consigo retirar qualquer conclusão sobre a excelência ou insucesso do sistema de ensino daquela faculdade.
Se na prática nunca senti qualquer vantagem ou desvantagem de o ensino ter sido ministrado numa instituição privada, também não tenho visto que algum colega tenha sido previligiado ou preterido pelo mesmo facto.
HIDROMEL
ou "coisas que nunca mudam ou apenas se renovam"

Felicidades!
DESCOBERTAS (2)
Pedro Almeida Vieira e o imprescindível Estrago da Nação.
DESCOBERTAS (1)

A Bordo, sempre tem outro tipo de interesses que também me interessam;
Blog 19, informativo e formativo;
Adufe, suave;
Quartzo, Feldspato & Mica, os geólogos tem boas postas;
Ânimo, notícias e reflexões de Mação e arredores;
Bota Acima, um blog positivista;
PERGUNTAS DIFÍCEIS
"Porque é que um país que é dos maiores produtores mundiais de petróleo quer construir uma central nuclear para produzir electricidade?", JMF, Público

Perguntas complementares:
- porque é que o maior produtor mundial de petróleo, a Rússia, é o maior produtor mundial de energia nuclear?
- porque é que os EUA, que tem das maiores reservas mundiais de petróleo e poderiam ser autosuficientes, são os maiores importadores de petróleo do mundo?
- porque é que o México, que tem enormes reservas de gáz, pretende comprar toda a produção de gaz da Bolívia?
- porque é que a Alemanha, que não tem petróleo, vai desactivar as suas centrais nucleares?
- porque é que foi permitido à Coreia do Norte construir as suas centrais nucleares, sabendo-se que a população não tem de comer nem como gastar energia electrica?

perguntas nacionais:
- porque é que Portugal, o país mais pobre dos países ricos que fazem parte da União Europeia se prepara para gastar seis mil milhões numa linha de comboios? E mais outro tanto num novo aeroporto no meio do Ribatejo?
- porque é que Portugal, um país com baixos níveis de instrução, deficiente sistema de saúde e fraco tecido empresarial, construiu 10 novos estádios de futebol?
- porque é que Portugal comprou dois submarinos novos, no valor de centenas de mihões de contos?
TSF
O mínimo que se poderá dizer dos novos separadores musicais da TSF é que são de extremo mau gosto. São tão feios.
Vejo também que acabou o "Ouvido Crítico" de António José Teixeira. É pena. Era um espaço de reflexão política de grande diversidade, com comentadores de áreas profissionais afastadas da política, mas com ela relacionadas.
"Freud & Maquiavel" também terminou: Um grande bem haja! O mesmo se diga para o Palavras Cruzadas do eterno "cromo" Carlos Magno.
Quanto às novidades, são bem poucas e não muito cativantes. O inenarrável espaço (como conceito) "Fórum Mulheres" é uma coisa que não lembra ao diabo.
Os comentadores políticos são também um pouco mais do mesmo e pouco credíveis. O espaço de humor na antena mantem o seu baixo nível e o Diário do Euro 2004 será algo certamente a evitar.
Em conclusão: um projecto que tinha a clara liderança em termos de nicho de mercado, (elites socio-económicas, politizadas e superior nível cultural) vai correr o risco de perder esse importante segmento de mercado em detrimento de um "alargamento" de quota de mercado, mediante a tentativa de conquista de novos públicos. Aposta arriscada.

29.9.03

UMA QUESTÃO DE ESTRUTURA
Um blog que tem Conselho Consultivo, Comissão organizadora e administradores não será um bocadinho "pesado"?
REGRESSOS
O congresso do CDS/PP teve de decorrer na Exponor e não no "Palácio de Cristal" como certamente gostariam. A memória do congresso "fundador" de 1975 ali realizado foi exaustivamente relembrada. Mas o espaço já estava ocupado com outro "regresso ao passado": A magnífica exposição "Os dinossauros chegaram ao Porto". (das 10 às 23, até dia 21 de Dezembro).
ABSTENÇÃO OU ALMOÇARADA MELHOR APROVEITADA?
No Congresso do CDS/PP, a taxa de abstenção verificada na eleição do líder partidário foi de 61,48%!
A CADEIA DE COMANDO
O Comandante de bombeiros de Lamego foi suspenso, o comandande distrital demitido e agora o Presidente do Serviço Nacional de Bombeiros demitiu-se, assumindo as suas responsabiidades. No topo da hierarquia fica o ministro... Fica?
BEM VISTO
"(...) confesso que me sinto frequentemente perplexo com uma certa contradição nas posições tomadas por pessoas, que a si próprias se consideram não religiosas, acerca de questões da Igreja Católica. Porque tão depressa reclamam que a religião deve limitar-se a uma questão de consciência e de vida privada (...), como igualmente se apressam a opinar, criticar e até a indignar-se com opções internas da Igreja ou dos católicos. Assim foi nestes últimos dias, sobre um anonimamente anunciado projecto conservador, que viria impor restrições à presença de leigos à volta do altar, à participação de mulheres acólitas e contenção no modo festivo de celebrar a Eucaristia.

Mas se essa contradição me deixa perplexo, por outro lado agrada-me. Porque significa que a relação dessas pessoas com a religião não está morta pela indiferença
.(...)"
Mário Pinto, Público
ALGUMAS RAZÕES PORQUE NÃO VEJO TELEJORNAIS NA SIC+RTP1+TVI:
Ver excelente artigo de Eduardo Cintra Torres.
Um texto que no futuro será certamente abundamente citado em qualquer trabalho histórico e sociológico sobre o Portugal no início do seculo XXI.
R.I.P.
O blog Sou Marxista e Gosto! afinal era a sério. Confesso que sempre que o lia ficava na dúvida sobre se o registo era sério ou simplesmente humor negro. Apenas na hora da morte anunciaram os seus verdadeiros propósitos, o seu credo. As pessoas que o escreviam acreditam mesmo naquilo que lá está. Um caso no mínimo curioso.

28.9.03

EFEMÉRIDES
O Mar Salgado recorda, e bem, dois 28 de Setembro: o 74 e o de 75.
Eu lembrei-me de um outro, mais esquecido ainda: o 28 de setembro de 1939: as forças militares polacas que ainda resistiam capitulam finalmente, perante a invasão coordenada do seu país. No primeiro dia do mês as tropas alemãs tinham dado início à invasão, entrando pela sua fronteira ocidental e as tropas da União Soviética tinham feito o mesmo a oriente no dia 17. Perante os dois invasores e a incapidade de os países amigos disporem de meios militares de rapida intervenção, o exército polaco rendeu-se após solitária resistência. Faz hoje 64 anos.
ELISA
Não sei, nem consigo imaginar o que passa pela cabeça de tantos políticos inseridos no actual sistema perante o folhetim de Maria Elisa. (Ver descrição cronológica no Liberdade de Expressão).
Não haverá por lá pessoas honradas e com sentido da decência?
Não haverá pessoas que sintam que a situação não tem pés nem cabeça? Que é um escândalo?
Não haverá um número suficiente de pessoas para chamar à razão quem acha tudo isto natural e legítimo, por forma a que reconheçam que o nepotismo é errado?
Haverá alguém que se lembre de que os dententores de cargos públicos exercem as suas funções em nome e em beneficio do bem comum e dos cidadãos e não os interesses e o previlégio dos seus pares?
É tudo tão triste. É tudo tão mesquinho.
POSTA DO DIA
"UMA FOTO", no Portugal dos Pequeninos.
De facto, ache-se o que se quiser sobre o personagem, sobre as suas ideias ou sobre a sua ausência, sobre o partido e sobre o que ele representa, nem assim deixo de considerar que a foto hoje publicada no "Público" (pag.2) é uma grosseira manipulação.
A edição de imagens daquele jornal é de longe a melhor do nosso país, e uma das melhores da Europa, dentro do que conheço. Serem tão bons, como são, não lhes dá no entanto, o direito de, por via de uma imagem, passarem uma mensagem falsa. Foi um mau serviço ao(s) públicos.
LIXADO
Regressado de um fim-de-semana fora, e, em apenas duas horas, já tenho dois sacos do lixo cheios de embalagens e plásticos. O meu estilo de vida é lixado.

26.9.03

VERÍDICO!
"Ai que lhe ia dar um maço dos que dizem que faz mal às grávidas! Acho que o senhor não precisa desses. Vou antes dar-lhe um dos que matam."
SERÁ PLÁGIO?


(Expresso, 27/04/02)
NÃO ME LIXEM
Li ontem que o Secretário Geral do Ps "exigia" a construção deste "projecto estruturante". Que SÓ CUSTA SEIS MIL MILHÕES!
É certo que o actual governo também tem seguido a receita guterrista de ir adiando a decisão. Até agora ainda não se percebeu se o Governo quer construir o TGV, qual o traçado, quando e se arranca.
A 27 de Abril de 2002 dizia o Expresso: "O COMBOIO de alta velocidade (TGV) que ligará Portugal ao resto da Europa vai mesmo avançar, ao contrário do que chegou a ser sugerido por responsáveis do actual Governo e pelo PSD na última campanha eleitoral. O Conselho de Ministros já incumbiu o ministro das Obras Públicas e Turismo, Valente de Oliveira, de fazer os contactos necessários para não atrasar mais o projecto. E o Governo apresentará ao país até 15 de Setembro, data de reabertura do Parlamento, a solução definitiva que propõe para a construção da rede ferroviária de alta velocidade."
Alguém consegue explicar-me, sem demagogias e frases bonitas, porquê é o nosso país deverá gastar seis mil milhões numa linha de comboio?
DOIS ASSUNTOS EBÚLICOS
Noto que dois assuntos deixam a blogosfera em perfeita ebulição: Palestina/israel e a Igreja Católica. São talvez os assuntos nos quais as pessoas mais opinam com o "coração", isto é, emocionalmente e não racionalmente. Aquilo que postam acaba apenas por dar uma imagem mais íntima do próprio postante. Muitas vezes, tais temas são abordados de forma em tudo semelhante ao futebol: cheios de paixão. Desilusões, fracassos, amuos, amor, ódio, erros de "arbitragem", ausência de organismos reguladores eficientes, claques, e por aí fora. Mas não acrescentam, geralmente, nada de novo. Não têm "valor acrescentado" para quem os lê. Penso eu de que.
BOMBEIRO
O Ministro da Administração Interna conseguiu, intelegentemente, diga-se, encontrar um facto mediático que o resguarda-se de ser urgentemente "remodelado".
POLÍTICA DE TRANSPORTES
Entre 1991-2001 as populações das Áreas Metropolitanas de Liboa e Porto deixaram progressivamente de utilizar os transportes públicos em favor do transporte individual.
De acordo com um estudo hoje divulgado pelo INE, na AML, de 51% da população que utilizava o transporte colectivo nas suas deslocações (e 26% o transporte particular) em 1991, passou-se em 2001 para apenas 36% de utilizadores (e 46% que utilizam automóvel). Na AMP a mudança foi semelhante: transportes colectivos/1991: 42%, transporte individual: 36%. Em 2001: 28% (TC) e 52% que recorrem diáriamente ao automóvel.
De realçar ainda que no período de 1991-2001 e com as profundas alterações ocorridas, mesmo assim a duração média dos percursos manteve-se inalterável (AML: 35 m; AMP: 27 m).
Ou seja, a aposta na melhoria das vias de acesso rodoviário, aliado ao simultâneo aumento do nível de vida dos portugueses, levou a que, naturalmente, cada vez mais pessoas tivessem optado pelo transporte individual. Mas o tempo médio de deslocação manteve-se inalterado, pelo que as pessoas perdem exactamente o mesmo tempo nas suas deslocações. Os incómodos que sofriam antes são exactamente os mesmos de agora. Com o inconveniente de a população ter investido significativa parte dos seus recursos em viaturas próprias e simultaneamente, o investimento público concretizado em novas vias de acesso e em transportes públicos não teve qualquer resultado prático na comodidade e melhoria de condições de vida dos cidadãos. Foram dois tipos de investimento (particular e público) completamente desperdiçados.
CULTO



"Exposição de fotografia na casa natal de Fidel Castro
O Presidente cubano Fidel Castro inaugurou, na passada quarta-feira, uma exposição de fotografia com imagens pouco conhecidas da sua infância e vida familiar, nas comemorações do centenário do nascimento da mãe, Lina Ruiz, na sua casa natal em Cuba. Foi na localidade de Birán, a 800 kilómetros de Havana, que Fidel nasceu a 13 de Agosto de 1926. Também foi apresentado o livro "Todo el tiempo de los cedros: Paisaje familiar de Fidel Castro Ruiz" sobre a vida dos pais de Castro, Angel e Lina, durante os anos em Birán. Segundo a agência de informação cubana, a cerimónia decorreu com "descrição absoluta". Apenas algumas dezenas de dirigentes, funcionários, alunos de escolas da zona e alguns descendentes da família foram convidados."
(Público)

(Lusodiete)
Gustavo Lima, vencedor do Canpeonato do Mundo em Classe Laser, disputado em Cádiz.

CAMPEÃO DO MUNDO
Num qualquer serviço noticioso de qualidade, a notícia de um cidadão português se ter tornado Campeão do Mundo, qualquer que fosse a modalidade, seria abertura dos noticiários e capa dos principais jornais. Em Portugal não é assim.

25.9.03

(AFP)

UMA BOA NOTÍCIA!
Amina Lawal foi absolvida e libertada!
SISTEMA POLÍTICO
A convite do Janela para o Rio e perante as sugestões por este apresentadas, aponto aqui algumas reflexões sobre o sistema parlamentar e político.

1. Não entendo que existam deputados a mais. O que estes são é "irresponsáveis" no sentido de que tem de obedecer a regras partidárias, em tudo contrárias à expressão popular que os elegeu e os legitimou como seus representantes. Há uma absoluta falta de liberdade individual e como tal, poderiam os chefes da bancada, nas votações, levantar uma bandeirinha com o número de deputados que ninguém notava a diferença para o actual sistema.
2. Sendo os partidos aboslutamente necessários em democracia, nunca se deve deixar de lado a responsabilidade pessoal;
3. Sou totalmente a favor da sua segunda hipótese levantada pelo Janela para o Rio e já referida por outros blogs : eleição total dos deputados (200 é um bom número) por circulos uninominais;
4. Não creio que se verificasse uma tendência para votações dos deputados de acordo com interesses exclusivamente "locaisl", em detrimento dos interesses "nacionais". Estes, por si mesmos não existem. O que há é sempre uma soma de interesses locais, que se vão depurando das suas diferenças, até encontrarem uma posição aceitável por todos ou pela maioria.
5. O sistema parlamentar inglês tem provado nos últimos 350 anos funcionar bem neste sistema. Se há coisa que não se pode acusar os britânicos é o
de fantochada de defesa de interesses "locais";
6. Julgo absolutamente necessário a exigência de que cada deputado concorra por um partido perfeitamente identificado e legalizado. Não
vou muito em "indepedentes". Essa é uma designação tipicamente demagógica, contra os partidos e sem sentido prático, dado que um deputado há-de ter sempre convicções, propostas e projectos. Mas julgo essencial que seja permitido a criação de partidos de todos os feitios, cores, tamanhos, fins e
objectivos. Para a sua legalização, deveriam ser apenas necessários os requisitos habituais e já existentes para a legalização de uma qualquer associação (estatutos, fins, número minimo de associados, orgãos estatutários de governo, etc.)
7. O principio da liberdade de criação de partidos ou qualquer outra associação é fundamental em democracia. O Estado não deverá ter o
direito de limitar este direito fundamental. Nem preocupar-se demasiado com as hipotéticas possibilidades de "atomização" de candidaturas. Os principios são mais fundamentais do que garantir a sua eficácia prática por intermédio de limitações manifestamente exageradas, que em tudo restringem os principios básicos. Além disso, tal tarefa nunca caberá ao Estado, mas sim aos cidadãos que no seu conjunto farão a opção por parlamentos mais homogénos, ou não. Bipolares, multipolares, atómicos, ou não.
8. Seria ainda útil que os ministros continuassem a serem deputados, não havendo necessidade de serem substituidos.
9. A terceita hipótese, a da criação de um circulo único de 50 deputados eleitos pelo sistema de Hondt e outros 50 deputados eleitos por circulos uninominais, acho de evitar. 50 circulos daria uma média muito alta de eleitores/deputado. Não traria qualquer proximidade/responsabilização. Pelo menos, não seria muito diferente da actual situação dos presidentes das cãmaras muncipais mais populosas.;
10. Quanto à hipótese de uma votação dupla, separada - para o governo e para o parlamento, também não me parece feliz: veja-se o que se tem passado com o sistema similiar em Israel; Poderia talvez ser praticável na hipótese de termos um sistema puramente presidencialista, no qual o governo seria escolhido pelo vencedor, que teria de negociar apoios com os deputados. Mas apenas funcionaria se estes não tivessem uma composição por lista, como actualmente, mas sim serem eleitos por circulos uninominais.
REFUSENICKS
27 oficiais-pilotos aviadores anunciaram a recusa de realizar raides aéreos sobre os territórios palestinianos ocupados. Põe-se a questão: estarão estes militares a fazer política, ilegitimamente? Não creio. Política é, mas é sobretudo uma decisão de consciência individual que em qualquer caso deve ser sempre imperativa para o próprio, ainda que a sociedade o sancione. Noticia aqui.
ERA DE ESPERAR
Tribunal Constitucional afirma que o Tribunal da Relação, ao não conhecer o recurso apresentado pela defesa de Paulo Pedroso, quanto à revisão da medida de prisão preventiva, viola a Constituição, nomeadamente por que "foi violado um direito constitucional do arguido"".
Sono

SONO
(Salvador Dali, 1937)

24.9.03

CIDADANIA
O meu filho de 4 anos, foi hoje fazer um visita de estudo a uma Esquadra da polícia. Vinha todo contente porque "sentei-me na mota da polícia e entrei no carro das sirenes". Trazia também um papelinho com avisos sérios sobre "não aceitar boleias de estranhos" e outras coisas do género.
Mas o que mais me impressionou foi ele dizer-me: "sabes papá, quando me perder de vocês ou tiver p'oblemas tenho de ir a um telefone e ligar o um, um, dois, e a polícia vem e ajuda." Sim senhor, a lição ficou dada.
Só não percebi bem a questão do "tens que ver o telejornal para saberes o que os maus fazem".
FALTA-ME AQUI UM POST...
Alguém o viu por aí? Não sei o que se passou, mas "roubaram-me" o ultimo post que aqui coloquei. Malandros!
A EPÍSTOLA DO DIA
E o mister santo do ano é.., no Cruzes Canhoto.

Update: Dá gosto ver alguém que, aparentemente sem fé, demonstra ter tão profundos conhecimentos sobre a história da Igreja. Fez-me recordar Régis Debray e a defesa por parte deste no seu livro "Deus um itinerário", da absoluta necessidade de conhecimento da história das religiões, como factor essencial para se compreender o mundo de hoje.
E o Cruzes tem a razão histórica do seu lado, quanto ao facto de ter sido a Igreja a seleccionar os textos evangélicos, sem que com isso se retire validade à Revelação e/ou à essência da fé cristã. Toda a Revelação é intermediada, no sentido de que os "factos divinos" apenas se "revelam" mediante a interpretação humana, seja esta de cariz histórico ou teologal.
AS DUAS SEMANAS
de férias do Aviz e do Cerco do Porto estão a ser iguais, seja quanto ao início, seja quanto à sua duração indeterminada. Foram juntos?

23.9.03

POSTA DA NOITE
A merda e o Estado, no Portugal dos Pequeninos.
POSTA DO DIA
Porto, a cidade dos disparates, no Mata-Mouros
CHIÇA! ESTES TIPOS ANDAM TODOS COM MEDO
O Presidente do Tribunal da Relaçao de Lisboa, numa cerimónia pública, disse a uma jornalista (enquanto a empurrava) que "não quero ser filmado. Pare já com isso, senão parto essa merda toda!"
Ora bem, não me parece correcto um magistrado, na posição pública que ocupa, perder o controlo e fazer figurinhas daquelas. Ameaças? Empurrões? Palavrões? Mas afinal, tem medo de quê?


SIMPLESMENTE LIGHT
Há qualquer coisa em mim que me faz invejar certos "marxistas light" que surfam em Bali..

22.9.03

VINICIUS
Um verdadeiro acontecimento! A obra completa de Vinicius de Moraes está disponívell na internet. Está lá tudo: poesia, prosa, teatro, críticas de cinema, fotografias, letras de música... um maná. E estética e tecnicamente, o site é fantástico. Mais um verdadeiro serviço público, universal.
BAGUETE
Um blog que tem como lema: "porque é que os franceses não comem pão normal e o que comem, insistem em roça-lo no sovaco?" só pode ser um blog de bom gosto. E é.
ALL IN THE FAMILY
SERVIÇO PÚBLICO
Sic Gold: Archie Bunker e o All in the Family. Segundas à noite.
EM CUBA TODOS SÃO DETIDOS
Capelão muçulmano de Guantanamo detido sob acusação de espionagem.
JORNALISMO "DIGITAL"
As publicações que tem websites, nomeadamente as portuguesas, certamente confundem o termo "digital" com "digitar".
Para quem frequenta os sites do "Público" e "Diário de Noticias" é fácil constatar isto mesmo. Embora sejam considerados bons jornais em versão papel, por isso mesmo deverão também ser considerados "maus" sites de notícias. Invariavelmente, qualquer notícia referente a um documento, a uma citação, a uma fonte de informação estrangeira, a um organismo da administração pública, etc., nunca, mas mesmo NUNCA tem o respectivo link.
Só a título de exemplo: quando citam os números do INE, ou IEFP ou mesmo do Banco de Portugal nunca se faz o link devido ou para o documento em apreço, ou ,no mínimo, para a instituição. Nem sequer são capazes de fazer um linkzinho que seja para a Lusa ou Reuters, quando fazem copypast das respectivas notícias. Nada. Nem uma ligação que seja.
Terão os jornalistas medo de que os leitores vão confirmar o que dizem? Será receio de que a interpretação que fazem dos dados e dos factos, seja contestada? Serão inseguros quanto às traduções? Haverá algum fundado receio de que os leitores passarão a consultar directamente as fontes de informação, prescindindo dos meios intermediários? Que medo tem os sites de informação? Ou será simples incompetência e desconhecimento do meio tecnológico que utilizam?
POSTA DO DIA
"Segredo" no Terras do Nunca
CITAÇÃO DO DIA
"Então como é que se sente?", "pergunta" de um jornalista da RTP, a um fã dos Rolling Stones, após este adquirir o almejado bilhete para o concerto. Citado por Eduardo Cintra Torres.
ESCUTAS
O documento apresentado pelo Bastonário da Ordem dos Advogados é interessante. Sobretudo onde diz: "A isto acresce que fluem interpretações que se baseiam numa lógica securitária, numa filosofia de que os fins justificam os meios e na tendência para se estruturar sistemas liberticidas sobre a tese (avançada sem ironia pelos seus defensores) de que quem não deve não teme e que por isso quem contra abusos de escutas protesta fá-lo seguramente porque tem algo a temer." Neste ponto está carregado de razão.
Mas a sua ideia de um orgão fiscalizador, é, neste momento, extemporânea, uma vez que a "a procissão ainda vai no adro". As propostas apresentadas, no actual clima litigioso, correm o risco, independentemente da sua pertinência ou não, de serem, justamente, acusadas de "oportunismo", de "interferência num processo em curso", de "protecção dos poderosos" e outros populismos em voga.
Acresce a isto tudo, que as eventuais vítimas do crime de escutas ilegais, como por exemplo, as relatadas pela imprensa e confirmadas pelos próprios (caso de António Costa e Ferro Rodrigues), não terem até ao momento, que se saiba, apresentado qualquer queixa crime contra quem as realizou/autorizou...
ARMAS E DIREITOS
Luís Salgado de Matos, na sua crónica no "Público" analisa as reacções da Associação dos Profissionais da Guarda à eventual ida da GNR para o Iraque.
Sendo globalmente interessantes as considerações apresentadas, um ponto chocou-me. Diz LSM: "A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada na Revolução Francesa, determina: "Nenhuma assembleia armada pode tomar decisões". Este princípio consta da Constituição portuguesa." Ora isso não é verdade, felizmente. As normas revolucionárias francesas não são fonte de direito em Portugal, graças a Deus. LSD confundiu a Revolução Francesa com a ONU. O que constitucionalmente vigora em Portugal é a Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada pelas Nações Unidas (e onde, já agora, não é feita qualquer referência a "assembleias armadas".
O "MODELO" PACHECO
JPP inaugurou ontem o seu espaço de comentário na SIC.
A simultaniedade do comentário com o de Macelo Rebelo de Sousa não lhe será o timing mais favorável. Mas em termos televisivos, o consumidor fica melhor servido por passar a existir uma alternativa de qualidade. O modelo seguido, mais curto, mais sintético, com aproveitamento de ferramentas próprias do meio televisivo, como seja ilustrar o assunto com imagens, é positivo e pode constituir uma "muleta" com valor acrescentado. A maior intervenção da jornalista (comparativamente ao seu "concorrente") também é positiva, por evitar longos "sermões" sem contraponto, e introduz, pelo menos parcialmente, a intermediação natural do jornalista, no seu papel de interface com o público. A postura fisica de JPP também revela uma mudança para melhor, mais ágil, mais leve e até mais informal, ao contrário das tradicionais intervenções de caracter puramente político, onde habitualmente surge em posição rígida de quase "predador". Quanto aos temas, para quem acompanha o Abrupto não trarão grande valor acrescentado. Mas os meios e os públicos são diferentes. Como produto televisivo acho que pode ser uma boa alternativa ao caracter, até agora "totalitário" de MRS para as noites domingueiras.
SEM CARROS
Felizmente a minha cidade não aderiu a essa forma particularmente ridícula de infernizar ainda mais a vida de quem trabalha.
Se algum dia as autarquias quiserem fazer algo contra a poluição automóvel, podem adoptar o seguinte esquema: primeiramente, todas as viaturas municipais passam a utilizar exclusivamente combustíveis não poluentes, tipo gaz; numa segunda fase, seria a vez da obrigatoriedade de todos os veículos de serviço de taxi utilizarem o gaz. E em terceiro lugar, também os autocarros dos serviços urbanos ficariam abrangidos por essa obrigação. De certeza que em 5 anos tais medidas seriam possíveis de implementar e, aí sim, os cidadãos poderiam agradecer passarem a ter um melhor ambiente.

21.9.03

Aurora Boreal, Alaska
Aurora boreal, Alaska
MEDO OU MISSÃO CUMPRIDA?
O Muito Mentiroso apagou-se às 21.27 (informação via Anarca Constipado e Bloco de Notas).
Vote on Illegal Israeli Actions in Occupied Palestinian Territory
"The draft resolution on illegal Israeli actions in occupied East Jerusalem and the rest of the occupied Palestinian territory (document A/ES-10/L.12) was adopted, as orally amended, by a recorded vote of 133 in favour to 4 against, with 15 abstentions, as follows: In favour - (...) Portugal (...)."
Ver aqui.
BEM VINDOS
Lituânia vota favoravelmente a adesão à UE.
Dos 10 países candidatos, já todos deram o seu voto positivo à adesão. 9 fizeram-no mediante referendo. Apenas Chipre o fez por votação parlamentar.
SINDICATO DOS JORNALISTAS NÃO CONSIDERA RTP "UM DOS PRINCIPAIS ORGÃOS DE INFORMAÇÃO"

De acordo com um documento recentemente entregue na Assembleia da República pelo Sindicato dos Jornalistas, este não considera a RTP, nem a RDP "uma dos principais orgãos de informação".
Com efeito, no referido documento pode ler-se: "Todos os principais orgãos de informação estão hoje na posse de cinco grupos grupos - Portugal Telecom; Confina, Impresa, Media Capital e Sonae."
O SJ omite, certamente por distracção(?), que o Estado é o único proprietário da RTP, cuja empresa é detentora dos canais RTP1, RTP2, NTV, RTP Internacional, RTP África, RTP Açores e RTP Madeira. Em igualdade de circuntâncias, também a RDP detêm a RDP1, Antena 2, Antena 3, RDP África e RDP Internacional. O Grupo Estado é ainda accionista maioritário da agência Lusa e nomeia o presidente do CA da Portugal Telecom, que por sua vez detêm alguns dos "mais importantes orgãos de informação", como sejam o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias e a TSF. Faz ainda parte do seu universo empresarial a principal rede de televisão por cabo a nível nacional, a TVcabo.
PARLAMENTO
Esqueci-me de aqui saudar a abertura da nova temporada do Parlamento. Fica aqui feita a correção. Logo no primeiro dia tivemos o grato previlégio de ver estabelecido que 10 meses, são na realidade 10 meses mais uns dias.
Só não entendi o voto contra do BE e a abstenção do PC. Julgava eu que essas matérias de natureza admnistrativa eram "consensuais", no sentido Giscardiano.

20.9.03

IMIGRAÇÃO

Domingo: Paulo Portas afirma que o "o emprego, sobretudo na altura em que infelizmente o desemprego sobe, deve ser primeiramente para os portugueses"; e que "a entrada de novos emigrantes deveria ser próxima de zero";
Quarta: a imprensa faz eco de um recomendação do IEFP e do Ministério do Trabalho para a fixação de um quota de 3500 novos emigrantes em 2004;
Sexta: Feliciano Barreiras Duarte, secretário de Estado adjunto da Presidência dá um entrevista onde afirma que o Governo pretende a breve prazo regularizar os emigrantes ilegais que já estão em Portugal e que fazem descontos para a Segurança Social e que pagam impostos;
Sábado 1: Sabe-se que o Ministro da Administração Interna afirmou na sexta que "desconhecia para quando se tornará efectiva a regularização dos cidadãos estrangeiros que, estando ilegais em Portugal, procedem no entanto ao pagamento dos repectivos impostos e fazem descontos para a Segurança Social.";
Sábado 2: "Figueiredo Lopes afirma ao Público que pretende é que os emigrantes tenham boas condições de acolhimento, e que "essas boas condições são mais importantes do que qualquer quota de admissão que venha a ser estabelecida".;
Sábado 3: "as 3500 novas vagas sugeridas pelo IEFP, (...) poderão vir a ser engrossados com os cerca de 30 mil brasileiros que, recentemente, se cadastraram (...) para virem a regularizar a sua situação em Portugal";
Sábado 4: "A posição dos investigadores do SEF em relação ao cadastramento de brasileiros é, recorde-se de desconfiança, pois, tal como alguns dos seus responsáveis afirmaram recentemente ao "Público", o levantamento em curso não tem efeitos legais, sendo antes uma maneira do Estado "vir a obter verbas extraordinárias" resultantes das coimas a aplicar a cada cidadão em situação irregular".;
Sábado 5: Em declarações Lusa, o porta voz do PSD, Pedro Duarte desmentiu a existência de divergências com o CDS-PP sobre esse assunto e considerou a posição de Paulo Portas (...) "meramente partidária" e "natural" (...). Já sobre as palavras de Feliciano Barreiras Duarte, o social-democrata afirmou tratar-se de uma "posição pessoal"(...);
Sábado 6: "Por seu lado, o porta-voz do CDS, António Pires de Lima, disse que a divergência "é aparente" assegurando que, em matéria de imigração, existe apenas uma política."

Qual não disse. E assim ficamos a saber que se queremos conhecer o que o Governo pensa fazer sobre a politica de emigração, devemos ir directamente perguntar aos porta-vozes dos partidos da coligação. Os dados oficiais são meros indicadores, as afirmações dos Secretários-adjuntos são "pessoais", e as dos Ministros "partidárias". O que conta mesmo é o que dizem os porta-vozes dos partidos.

INSPECÇÕES
Será que um dia nós teremos as autoridades a investigar, rotineiramente, o estado das pontes e dos viadutos, antes de alguma cair?
HOT
Não é querer bater no ceguinho, mas ontem estava tanto calor que me lembrei do Ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira e dos tais "4 mortos, vitimas da vaga de calor". Não comprendo como ainda não o convidaram para Director Geral da OMS. Ou no mínimo algum lugarzito na Comissão Europeia: se na Alemanha, Itália, França e Espanha morreram aos milhares, estranho o facto de os especialistas de saúde internacionais ainda não terem aterrado na Portela para estudar o sucesso português.

19.9.03

NEW LOOK
Foi só uma refrescadela.
SERÁ ISTO QUE PREOCUPA SAMPAIO?
"Balsemão e Edimpresa compram revista "Doze". Até porque João Gabriel, um dos proprietários da "Doze", é assessor do PR.
A CITAÇÃO DO DIA:
"A comitiva navegava tranquila e soalheira num pequeno cruzeiro pelo Bósforo, o rio que cruza Istambul e "parte" a cidade em dois continentes, Europa e Ásia."
João Pedro Henriques, Público
PODIA EXPLICAR MELHOR?
"Sampaio diz que concentração dos Media afecta alternância política".
É que é demasiado sério para simples conversa num cruzeiro no Bósforo. Ou seria Fósforo?.
ESFEROGRÁFICA?
"Esses advogados desde já confessam que os seus abomináveis actos, praticados com esferográfica, e artigos do Código do Processo Penal e da Constituição,(...)" A. Serra Lopes
TINTIN
Bem sei que 4 euros é um preço de amigo. Mas a qualidade do papel é tão fraquinha...
Voltamos à velha questão: Tintin ou Tintim?
ONTEM Á NOITE
"Desculpe, o senhor também é dos blogs?"

18.9.03

"VAZIO" OU CONCORDÂNCIA?
Diz JPP qu o PS está confuso e vazio: "Nem sequer deram atenção a um dos discursos mais à direita feito recentemente no espectro político português." Poderá ser.
Mas, e o PCP? Estará assim tão "vazio", enredado em lutas internas, para não ter reparado no discurso de PP? Ou será, pelo contrário, que até concorda com a tese de "emprego para os portugueses", "emigração zero"? Não esqueçamos que Le Pen tem tido crescimentos crescentes de votos nas zonas industriais e perféricas das grandes cidades...
AL-MERDAS
"Sheik Abdulla al-Merdas, a preacher in a Riyadh mosque..." (CNN, via Gato Fedorento)
DESCOBERTA DO DIA
Felizmente o Arqueoblogo voltou. Não que tivesse desaparecido na poeira da história. A sua ausência, temporária, mas sentida, deveu-se aparentemente a um problema informático. Ao contrário de muitas civilizações e espécies que habitaram este nosso planeta, o Arqueoblogo conseguiu renascer das cinzas.
AFINAL...(3)
Nem todas as Universidades/Faculdades seguiram a "recomendação" demissionista do Conselho de Reitores de fixar as propinas pelo mínimo. Ver aqui.
CITAÇÃO DO DIA
"Imagine por um instante que a UE apresenta a sua candidatura de adesão à UE. O que se passaria? A sua pretensão seria de imediato rejeitada. Porquê. Porque pura e simplesmente não satisfaz os seus próprios critérios democráticos"
Ulrich Beck, socólogo alemão, citado pelo "Público"
AFINAL... (2)
Ontem o "Público" fez a capa com uma notícia relacionando Dias Loureiro com uma candidatura um negócio de telecomunicações. Afinal, DL é apenas administrador não executivo dessa empresa. E até é presidente de uma empresa rival. Mas o desmentido tem apenas lugar no "Direito de resposta". Sobre o erro notório do destaque da capa de ontem, erro de percepção do que se estava a falar, erro na designação dos cargos e na afirmação da ligação de DL ao concurso... nada.

Mas também não deixa de ser curioso alguém ser presidente de uma empresa e administrador não-executivo na concorrência.
AFINAL...
"O Ministério da Defesa garantiu ontem que a extinção do serviço militar obrigatório em 2004 é para cumprir."
POSTA DO DIA
"No smoke", no Sem Caracteres. É um prazer ver um colega conhecedor dos pubs da pátria irlandesa!

17.9.03

POSTA DO DIA:
Ver "Mais uma moda nova" no meu "colega" Cidadão do Mundo.
É PRÓ TURISTA VER...
(...)a cidade já terá ao dispôr dos milhares de turistas que nos vão visitar (...) a Praça Mouzinho de Albuquerque (Rotunda da Boavista) requalificada, ainda não no seu desenho final porque o metro ainda não estará a circular lá. A certeza foi dada ontem aos jornalistas pelo vereador do Urbanismo e da Mobilidade, Ricardo Figueiredo, no final da reunião privada da Câmara do Porto".
Claro. Arranja-se a Rotunda, provoca-se o caos no trânsito e gasta-se o dinheiro dos contribuintes. Depois, quandos os turistas forem embora, torna-se a abrir as ruas para as obras do Metro. Não se consegue fazer tudo ao mesmo tempo. É muito difícil. Os empreiteiros agradecem. Muito bem. Muito eficaz. Muito digno. Muito responsável. Muito boa gestão. Muita parolice. Muito obrigado!
TeCA
O Teatro Carlos Alberto no Porto finalmente abriu. Aos poucos, as obras do Porto2001 vão finalmente chegando ao seu fim.
O custo final daquele equipamento foi de 8,6 milhões de euros, mais do triplo do orçamento inicial. E certamente ninguém foi questionado dos porquês, ninguém teve de prestar contas dessa derrapagem, ninguém terá de responder pelo dinheiro dos contribuintes gasto a mais, ninguém responsabilizará quem autorizou as alterações ao projecto ou quem realizou o projecto de forma incompleta e/ou incorretamente. Ninguém quer saber. É fartar vilanagem.
A FORÇA RELATIVA DA LEI:
"O Governo não se compromete a acabar com o serviço militar obrigatório (SMO) em 2004, como manda a Lei do Serviço Militar em vigor, de acordo com as Grandes Opções do Plano (GOP) para o próximo ano, entregue anteontem no Conselho Económico e Social." (Público).
BUROCRACIAS
A informação de que "todo o sistema da ONU emprega pouco mais do que 50 mil pessoas - apenas mais duas mil do que as que trabalham para a cidade de Estocolmo", é relevante. E fez-me lembrar um dos argumentos de JPP sobre as razões do não da Suécia ao euro. Que seria precisamente a questão da burocracia comunitária. Não sei ao certo quantas pessoas trabalham em todas as instituições comunitárias. Sei que só na Câmara Muncipal de Lisboa são cerca de 12 mil. E suspeito que na UE serão menos.
Julgo que os países candidatos à UE e os países do sul da Europa (nomeadamente nós), talvez prefiram e confiem mais na burocracia comunitária do que nas nacionais. Talvez vejam alguma utilidade naquela e muito pouca nesta.
Nos países nórdicos e anglo-saxónicos (ambos os grupos mais avessos à UE), talvez a "cultura burocrática" e o relacionamento com o Estado seja diferente.
NICO, É OBRA!
Não será grande inovação, mas ainda assim assinala-se a frontalidade da existência de uma estratégia bem definida. O nico desanca em todos os blogs que lhe podem dar audiência. Auto-definição: "Vá rapaziada toca a fazer subir o site-meter..."
PARAPEITO
Ao ler esta "trash news" (via Mata-Mouros), lembrei-me que ontem já tinha deparado com um texto num blog sobre o mesmo assunto. Fui procurar e voltei a encontrá-lo. Fiquei assim a saber que o No Parapeito é o blog pessoal da jornalista Rita F.R.
NA MOUCHE
O Mar Salgado: ao dizer que "E, tirando as cartas dos leitores ou as declarações de entrevistados - ambas filtradas pelos próprios jornalistas - e salvo falhas técnicas, a blogosfera é, provavelmente, o único espaço onde é possível emitir opiniões sobre jornalistas (e respectiva actividade) com total garantia de publicação." acerta em cheio.
De facto, foi esse o motivo inicial porque criei um blog. A prática, e a posterior aprendizagem justificaram a chegada de outras motivações pessoais.
O facto de os jornalistas estarem sob escrutínio, é quanto a mim, uma das maiores inovações, benefícios e desafios que os blogs trouxeram. E essa permanente escrutínio terá um forte impacto nos media que terão de passar a ter em consideração esse especial público vigilante e crítico. Sendo uma inovação e uma mudança estrutural do desempenho da sua actividade,certamente levará a rejeições e conflitos. Mas numa coisa acredito: a médio e longo prazo teremos não só uma forma diferente de relacionamento dos media com os seus públicos, como melhores medias.

16.9.03

ESTADO
O catalaxia, numa "posta" dedicada ao exercicio da democracia e à própria natureza do Estado, afirma a certa altura: "(...)se encararmos o Estado como a resultante de um contrato livremente assumido pelos cidadãos, estes instituem um instrumento e um somente um mero instrumento, ao serviço dos seus interesses, liberdades e garantias (...)".
A velha ideia do Estado como resultante de um contrato entre os cidadãos foi uma das melhores operações de marketing jamais feita para justificar o poder exercido sobre os cidadãos de forma prepotente. Com efeito, a prática histórica veio a demonstrar que aqueles que não concordavam com o dito "contrato", ou que pretendiam a sua reforma, eram encarados como associais e perigosos elementos. Eram estranhos a um corpo que "por natureza" era "harmonioso". Por natureza, pois se os cidadãos tinham acertado (sabe-se lá como) numa certa estrutura do Estado, quem se lhe opunha apenas podia ser um elemento fora desse sistema. Tal teoria foi (e é) correntemente utilizada pelos Estados centralistas, despóticos, iluminados e dirigistas. Totalitários ou não.
O Estado é uma estrutura da sociedade que existe por si mesma, dado que as sociedades humanas tem de ter uma qualquer forma de governo e de exercicio da autoridade. A luta política ao longo de muitos séculos foi sempre entre os que pretendiam limitar este poder e os que o pretendem exercer e aumentar.
Os ingleses, primeiro e os EUA mais tarde encontraram uma forma prática de o fazer, ao impor ao Estado e aos Governos, limites restritos de intervenção. Por isso, os direitos e liberdades do cidadão nesses países são fixados mediante ordens, proíbições, ao Estado: não pode prender sem acusação, não pode haver crime sem lei que o preveja e sem sentença em tribunal, etc., etc.
Nos países continentais seguiu-se infelizmente a via positiva: todos tem direito a...
O "todos", é impráticavel na maior aprte das situações e assim restringe-se na prática e por natureza àquilo que o Estado/Governo pode e/ou quer em dado momento. As excepções à regra do "todos" são sempre passíveis de justificação, uma vez que com determinaçóes tão positivistas se impede na prática a sua aplicabilidade ao não serem traçados limites negativos à acção do Estado.
Daqui derivam também as diferentes culturas de respeito e de aplicação da lei. Bem como a cultura de transparência das admnistrações perante os cidadãos, a prática regular de denúncia de violações legais por parte das autoridades, o acesso a documentos, e por aí fora.

O Estado, como corpo social que a si próprio se justica e que de si próprio vive tem muitos exemplos práticos. Basta ver a permanente luta entre entre os seus "administradores temporários" como são os políticos e a chamada "máquina administrativa", o corpo concreto e permanente do Estado. É uma portaria ou uma ordem que se dá e que é reinterpretada em sentido diferente por um obscuro chefe de secção. É a determinação ou acto administrativo que é engavetado "for ever". E por aí fora.
Actualmente em Portugal temos um caso exemplar, digno de ser estudado nos manuais da ciência política: o diferendo existente entre a CP e a Refer.
Ambas as instituições operam, teoricamente, em sentido complementar no sector dos transportes ferroviários. Uma gere o transporte e a outra as vias de ciruculação. Ambas são propriedade do Estado central. Ambas tem apenas um sócio: o Estado. Ambas estão sob a tutela política de um mesmo ministro. E nem assim se entendem, lançando-se em guerras de palavras, boicotes operacionais, descordenação de objectivos e de actividades, planos de realização desfazados e... processos em tribunal! E porquê? Porque no seio das duas empresas convivem interesses próprios, com decadas de génese, crescimento e amadurecimento. E que foram sempre entre si contraditórios e incompatíveis, já no tempo em que eram uma única empresa. Nenhum desses interesses terá muito a haver com o interesse da sociedade, com o interesse público, com política de transportes ou com o interesse dos potenciais clientes. São meramente manifestações de divergências entre sensiblidades opostas dentro da administração do Estado, sensiblidades essas que apenas e tão só defendem os respectivos interesses e objectivos: os de quem está dentro da máquina geral do Estado.
LIBERDADE E VIOLÊNCIA
Apenas li hoje o artigo de Pedro Mexia sobre o 9/11. Devo dizer que não só não concordo (actitude passiva que geralmente não merece "posta") como discordo frontalmente.
Vejamos: "não existe liberdade nem segurança sem o uso da violência."
Prefiro "os fins não justificam os meios". Não creio que a "violência" em caso algum seja justifcada. Eu distingo "violência" de "força". Esta última compreende limitações importantes em relação à primeira: ponderação, adequação de meios, proporcionalidade, regras, direito, lei. É, no meu entender, o que destingue geralmente uma acção policial de uma acção militar. A limitação que a "força" em si carrega são fruto do fim a que esta deve reportar em cada caso concreto: a preservação da liberdade, geral, de grupo ou individual. A diferença que as "forças" democráticas deverão ter sempre em conta é que o "outro", ainda que "inimigo" declarado do modo de vida e dos valores dessa sociedades, nem assim perde a dignidade de "pessoa", de sugeito da lei, de direitos. O facto de esse "outro" não os repeitar e em muitos casos negar e mesmo pretender acabar com esses valores, nem assim se deverá utlizar contra ele os valores que ele próprio defende.
Daí, por exemplo, a minha incompreensão e repulsa pelo que se passa em Guantanamo.
Sim, também afirmo "a escandalosa afirmação de que a guerra é sempre injustificável". Mas não creio em "pacifismos" amorfos, derrotistas, contemporizadores, cobardes. Defendo integralmente que os EUA, a civilização ocidental e o nosso de modo de vida estão de facto em guerra com esses terroristas que pretendem o seu fim. Limito-me apenas a discordar de alguns "métodos", como é o caso da violência e da guerra.
"A resposta à brutalidade do terrorismo passa necessariamente, embora não exclusivamente, pela violência, porque essa é a única linguagem que afecta os terroristas". Como tantos casos históricos tem demonstrado, sempre que sociedades democrácticas actuam com os mesmos meios dos terroristas, isto é, pela violência, em detrimento da força (no sentido anteriormente explicado), a própria democracia inevitavelmente se degrada, seja por força da perda de razão, da diferença moral ou pelo abuso das "leis excepcionais". Nessas situações surgem geralmente violações graves de direitos que abalam a própria estrura das democracias, potenciando ainda maiores radicalismos. O terrorismo alimenta-se apenas e só da própria violência.
"A violência não vai certamente acabar com o terrorismo; mas a resposta armada ao terrorismo é o único modo de, a longo prazo, a civilização ocidental fazer frente aos seus inimigos." Frase contraditória. Se não vai acabar com o terrorismo, o que se pretende então? Vingança?
A logo prazo, e mesmo a curto, a resposta deverá ser uma impiedosa perseguição policial, concertada entre os Estados, contra esses criminosos. "Mas felizmente há quem perceba a trágica necessidade de um dia 12". Pois há. O que também há, é diferenças e discordâncias quanto aos métodos.
OS PAROLOS
Notícia(?) sobre a "Flash mob" que conseguiu juntar o impressionante número de 3 pessoas!
Nem uma crítica (e auto-critica) por parte dos jornalistas que se deixaram cair neste voyeirismo de não -acontecimento. A alternativa foi disfarçar, tentando fazer humor com o caso, assobiar para o lado, não fosse alguém chamar-lhes "patos" ou gritar um mais simples: "ide trabalhar!" Deviam lá estar um dezena ou mais de jornalistas, câmaras de televisão, microfones, e até um reforço policial! Ridículo!

Responsabilidade solidária pelo bem comum
Documento de reflexão da Conferência Episcopal a ler e a comentar mais tarde, com calma.
GUERRA CIVIL?
Desde o início do ano, registaram-se 84.121 acidentes de trânsito automóvel, dos quais resultaram 836 mortos, 2569 feridos graves e 26.005 ligeiros. Só na última semana, morreram 37 pessoas. 532 condutores foram detectados com taxa de álcool positiva, sendo que 203 foram detidos.
CITAÇÃO DO DIA (ou, o "orgasmo nasal")
"Maria João Ceitil tem perguntas inesperadas. Dá uma lista de perfumes que gosta (Gaultier, Carolina Herrera, Armani, Clinique) e pergunta: será isto Filosofia? A resposta é: sim, sim, sim."
EPC, Público
PAPEL HIGIÉNICO
"As férias do juíz Rui Teixeira: onde, como, com quem", título do "24Horas", ontem.
NORMALIDADE
O tráfego neste blog duplicou durante o dia de ontem. Sem razões aparentes, nem pelo que foi escrito, nem por lincagem exterior. Simplesmente, havia mais gente na internet.
Concluo que o primeiro dia de retorno às escolas e aos tribunais foi muito produtivo...

15.9.03

A PÊRA OU A VIDA
Um kilo de pêra-rocha custava no supermercado 1,99 euros! 400 paus!
Mas estará esta espécie ameaçada de extinção? Ou terá a sua produção tal sucesso de exportação que justifique uma certa escassez a nível interno? Até hoje, pensava eu que, esta fruta era das mais comuns em Portugal e portanto o seu preço deveria ser sempre relativamente acessivel.
Mas, repito 400 paus por um kilo de pêra-rocha? Ou o supermercado está-nos a roubar forte e feio, ou a agricultura deve ser hoje em dia novamente uma actividade lucrativa.
"PAÍS REAL"
Vítima da Crise: Excelentes crónicas sobre as vicissitudes de um desempregado em 2003.
OMC
Leio nos jornais que a agricultura dominou os trabalhos durante toda a semana, com os países em vias de desenvolvimento a exigirem a eliminação total das elevadas subvenções pagas pelos países ricos.
Mas afinal o pessoal que se manifesta em Cancun quem são? Certamente agricultores franceses, do tipo Bové, que não querem perder os subsídios e consequentemente terem de trabalhar para ganhar a vida?
ESCOLAS
Hoje, as escolas públicas iniciam o ano escolar. Em diversas escolas sei que é apenas para a estatística: recebem os alunos, os pais, apresentam o ano escolar e depois...mandam-nos para casa pois que as aulas só começam é na próxima segunda-feira, dia 22!
TRIBUNAIS
Hoje, após 60 dias de interregno estival, os tribunais retomam a sua actividade normal.
INCOMPETENTES
A propósito da excelente posta "Retrógados" no Mata-Mouros assinalo a seguinte frase da presidente da Associação de Comerciantes: "O perigo que há é que os clientes que vêm aos nossos establecimentos, deixem de vir e passem para o El Corte Inglês".
Muito bem. Ameaça concorrencial detetada, segue-se, o que fazer? E aí somos surpreendidos (ou talvez não) pelo pedido feito às autoridades públicas para que aquela superficie comercial seja impedida de se instalar na Área Metropolitana do Porto (só? e então os colegas de Braga, Viana, Aveiro...?). Ou seja, perante um forte concorrente, não se tomam medidas atempadas para lhe fazer frente, mas pretende-se por via admnistrativa eliminá-lo. Será que a dita Associação se prepara para sacar mais uns milhõezitos a título de "compensação" pela falta de qualidade dos seus associados?
Na mesma noticia apresentavam-se os resultados de um inquérito realizado em Lisboa, a propósito da recente instalação daquela marca na capital. Um dado é sgnificativo e a notícia não lhe dá o relevo que devia: "Grau de satisfação relativamente ao "El Corte Inglês em comparação com outras zonas comerciais: mais satisfeito - 43%; igual satisfação - 39,1%; menos satisfação - 17%."
Com estes dados, os comerciantes do Porto deviam começar (!!) a fazer alguma coisa por eles próprios.
BOA BOLA
As crónicas e comentários do terceiro anel são excelentes: para quem não viu os jogos, fica-se com uma boa ideia do que lá se passou e dos porquês. São muito bem escritas e poupam a compra de jornais de "verbo de encher".
POSTA À TIAGO
O Dia do Senhor inspirou o Cruzes Canhoto no Hospital!.

14.9.03

CAMPANHA
Sabendo-se que na SPA está a decorrer um processo eleitoral, num momento muito agitado da sua vida, o Expresso resolveu entrar na campanha. Porquê?
VISUAL
É novo o do Bicho Escala Estantes. Não sei bem porque, gosto.
SIM
Assim disse a Estónia. Bem vindos ao nosso "clube". Isto de ver algumas ex-repúblicas soviéticas na União Europeia ainda me causa alguma estranheza. Não são coisas que uma pessoa interiorize com facilidade.
NÃO
Foi a resposta dos suecos. Possivelmente um dia será sim. A negativa de agora, terá alguma coisa a haver com a "disciplina" francesa/alemã: baixar impostos, aumentar o défice impunemente, contra tudo e todos?
OBRIGADO...
...sincero ao Portugal dos Pequeninos pela confiança. Muito me honra, vindo de quem vem.
AS PORTAS DA IMIGRAÇÃO
O líder do CDS/PP afirmou ontem que a imigração deveria ser restrita ao mínimo possível, porque "enquanto houver desempregados, o emprego deverá ser primeiramente para os portugueses". Coisa mais rídicula! Que populismo de sargeta!
Só quem desconhece a realidade (ou a quer tornear) diz estas barbaridades para "consolar" as velhinhas assustadas com os vizinhos ucranianos.

Actualização: Ver também comentários no Abrupto, Bloguitica Nacional e Portugal dos Pequeninos
BARNABÉ
O novíssimo blog "Barnabé" (uma boa entrada!) reclama-se, entre outras invocações, da tradição do "Apóstolo São Barnabé, que morreu apedrejado em Chipre. É ele o nosso patrono, bem como da ordem monástica dos barnabitas, fundada em Milão por Santo António Zacarias, e de que fez parte São Carlos Borromeu".

Interessante, ver um blog dotado de "santo patrono!" Mas já agora, apenas uma correção: Santo António de Zacarias (1502-1539) fundou a Congregação dos Clérigos Regulares de São Paulo e a Congregação das Angélicas de São Paulo. À primeira é que popularmente se chama de "Barnabistas". São Carlos Borromeu não era membro daquela Congregação, mas sim o seu confessor.
P.S. Um livro muito divertido sobre Barnabé é a obra de Gore Vidal "Live from Golgotá", editado em Portugal pela D. Quixote.
CHANGE TIME & DATE
Qual o objectivo desta nova ferramenta do "Blogger"? Permitir a "posta do futuro"? Possibilitar a "revisão" do passado, ao bom estilo soviético?
GUINÉ-BISSAU
O golpe militar visa "repor a ordem constitucional". Justificação que acho sempre caricata, mas invariavelmente apontada por qualquer golpista. Não é que o actual presidente fosse um paladino da legalidade e da liberdade, pois parecia ser mais um adepto da "prisão com eles, que falam demais e eu não gosto", mas daí a fazer um golpe de Estado...

Um certo isolamento internacional por parte da Guiné-bissau pode ter levado os responsáveis políticos da oposição a entender que as pressões internacionais junto do Presidente para o cumprimento das obrigações legais (eleições, respeito pela democracia e legalidade, liberdade de imprensa...), não seriam eficazes. Mas tenho sempre dúvidas quanto a estas medidas radicais baseadas em "bons principios". Ainda sou dos que acreditam que os fins não justificam os meios.
A NOVELA
Leio o título de mais um episódio da mais longa e cansativa novela política: "Nuno Cardoso sai em defesa de Gaspar". No resumo do episódio aparecem os personagens do costume, as "reviravoltas" habituais, os "flashbacks" necessários para se tentar perceber o rumo da história, os "herdeiros", os "coronéis"; Os "amores e os ódios". Isto é política?
HAVERÁ PACIÊNCIA?
Lista dos de debates que a SIC-Noticias terá de "segunda a sexta às 22.30"(!!): Saldanha Sanches - Pedro Ferraz da Costa, Ana Gomes - Leonor Beleza, Jorge Coelho - Ângelo Correia, Octávio Teixeira - Luís Filipe Menezes, Miguel Portas - Manuel Monteiro, Maria de Belém - Maria José Nogueira Pinto, Vicente Jorge Silva - Jorge Neto, João Soares - Duarte Lima, Ruben Carvalho - Telmo Correia e António Costa - Guilherme Silva.

Não sei, mas acho que seria tempo de irem aparecendo caras novas. Esta gente aqui é a face do "regime" actual.
TODOS MESMO? EU TAMBÉM?
Scolari convoca todos os portugueses
É desta que Baía consegue voltar a jogar pela Selecção.
RETRATO SOCIAL
Para se perceber bem o nosso país, convirá ler atentamente este estudo do INE. Voltaremos a ele mais adiante.
TINTIN
Excelente noticia! O Público vai editar todos os 24 albuns de Tintin, a partir de 19/11 por apenas 4 euros.

13.9.03

FILME?
O Portugal e Arredores acha que eu vi o "filme ao contrário" no debate entre Soares e JPP. Quem sabe? Eu gostava era de ter escrito aquilo que o Sem Caracteres diz sobre o mesmo debate. Está lá tudo o que eu vi.

12.9.03

TRÂNSITO ESTUPIDO
Não deve haver secção noticiosa televisiva mais estúpida do que mostrar as imagens do trânsito na televisão. A SIC-Noticias, de manhã e ao fim da tarde, mostra-nos imagens, de 5 em 5 minutos da "evolução da situação de trânsito" em Lisboa e no Porto.
Para quê? Ouvir alertas de trânsito na rádio, ainda é útil, pois os carros tem rádio. Televisão julgo que ainda não. Portanto aquelas imagens são destinadas a quem está em casa ou no café.

Diálogos possíveis enquanto se vê o trânsito:
1) "Eta, vida estupida!" (um dos 6 milhões de portugueses que não mora em Lisboa/Porto);
2) "E quando é que o papá chega a casa? - Vê se o vês na Avenida da ponte!" (jogo didático, tipo "onde está o wally" aconselhado para entreter as crianças antes do banho);
3) "tás a ver? eu moro duas ruas abaixo dali." (engata-turistas no Algarve);
4) "Nâ, assim como está, mais vale não ir trabalhar!" (qualquer pessoa, de manhã);
5) "Nâ, assim como está, vou é acabar o relatório" (gestor, fim de tarde, auto-justificando facto de ver pouco a família);
A "REFERÊNCIA"
Há quem afirme que o Diário de Noticias é um jornal de referência a nível nacional. Claro que sim, é uma quase permamente "referência" ao seu propriétario: o Grupo PT. Veja-se a capa de hoje, cuja metade inferior é completamente ocupada com a "notícia" da estreia de um filme distribuído pela Lusomundo. Sem indicação de que se trata de publicidade. Tal é uma prática muito comum naquele diário.
Imaginem o escândalo que não seria se metade da capa do Público fosse um dia preenchida com uma fotografia de produtos alimentares em saldo no Continente, com o título "Quintas de Carne"; ou uma foto de um kit de adsl da Novis, titulando-se "Internet mais barata".
Acho que o DN deveria também pedir uma "indemnização compensatória" ao Estado por uma futura "diminuição" do espaço publicitário nas suas capas. (ver "posta" anterior)
COMO GASTAR O DINHEIRO DOS CONTRIBUINTES SEM RAZÃO
"Estado Indemniza RTP por perda de publicidade"
A "MORTE"EM DIRECTO
KO! É o quase o único comentário que merece o que se viu no "Debates Imprevistos" entre Mário Soares e Pacheco Pereira. O fim, anunciado, mas nunca até agora verdadeiramente alcançado, de uma carreira política histórica. Mas, tal como na vida, tudo tem um fim. E eu assisti ao fim da carreira política de Mário Soares ontem à noite. Mais um 9/11 a recordar.

Actualização: ver a excelente análise feita pelo Sem Caracteres a este debate.

11.9.03

CUIDADO NA ESTRADA!

IEP ainda não apurou responsabilidades pelo acidente do IC-19:

"(...)na origem do colapso daquela ponte poderão ter estado vários factores, dos quais destacou "os defeitos de concepção da estrutura (...)"

"Estruturas como aquela - que existem em 23 outros pontos do país, não especificados (...)
OUAGADOUGOU
Excelente crónica do Portugal e Arredores sobre o seu 9/11.

10.9.03

UPDATE ON IRAQ
Um relato pessoal de alguém que esteve no Iraque em Agosto. Julgo ser uma boa e credível fonte de informação sobre a realidade actual.
SENHO(RIO)
A Câmara Municipal do Porto é propriétaria de 14757 habitações. Se apontarmos uma média de 2 pessoas por família, teremos que 29514 pessoas vivem em casas camarárias. E sendo a população total da cidade de 258134 habitantes, pode-se afirmar, sem grande margem de erro, que a CMP é senhoria de, pelo menos, 11,43% da população portuense. É uma percentagem enorme!
Se a média de pessoas/casa for de 2,5 a percentagem aumenta para 14%. E por aí fora. Desconfio que o número de pessoas/casa até seja superior a 3 (17%).
Seria bom (e desejável) que tais dados estivessem disponíveis na internet, no site da CMP, bem como as respectivas rendas, custos com obras e manutenção. Enfim, que este tipo de informação fosse acessível a qualquer cidadão que se queira inteirar do que se passa na sua cidade.
ESTRANHO
De acordo com o Sitemeter, alguém veio visitar o meu blog utilizando o seguinte "Referring URL": Publico.pt - Última Hora. Não percebo.
DEMOGRAFIA
Segundo esta noticia, que cita dados do INE espanhol, a demografia em Espanha tem vindo a alterar-se, com saldos positivos, devido à forte natalidade dos imigrantes. Julgo que no nosso país a muito curto prazo tal também irá ocorrer. E um pouco por toda essa Europa fora. Ou seja, em duas ou três dezenas de anos, o perfil "étnico" e "cultural" da Europa será profundamente alterado. Tal como já acontece actualmente nos EUA. E no fundo parece-me algo de globalmente positivo, pela renovação, estímulo e criatividade para novas formas de ser e de estar que tal fenómeno pode introduzir nas sociedades europeias.
OS "MAGNÍFICOS"
Reitores, disseram recentemente que a fixação do valor das propinas era uma medida de política educativa e portanto, deveria ser o Governo a fixá-las. Extraordinário raciocínio para quem deveria defender a autonomia das Universidades, implicando esta decidir naturalmente sobre despesas e receitas! Agora decidiram não decidir o valor das propinas porque lhes faltam elementos, nomeadamente sobre as verbas que o Governo vai disponibilizar para acção social, montante das bolsas e o número dos estudantes bolseiros. Ora a quesão do valor das bolsas e acção social não são também elementos da "política educativa"? Em que é que se fica afinal? Aliás, julgo que o ME apenas poderá dizer quais as verbas para a acção social e bolsas de estudo quando souber o valor das proprinas. Ou não?
Enfim, conseguiram os "Magnificos" Reitores alcançar o seu objectivo, que era o de fixar as propinas pelo valor mais baixo (pois a lei assim o determina na falta de fixação expressa), satisfazendo um pedido da sua principal base eleitoral: os alunos.

9.9.03

REFERENDO E LEGITIMIDADE (3)
No Bloguitica Nacional: "Ora, se o Governo fez exactamente o oposto daquilo que se vinculara a fazer, entao existe aqui tambem um problema de legitimidade". Não creio que seja um problema de legitimidade. Vejamos: uma coisa é um partido governamental não se ter, em absoluto pronunciado sobre determinado assunto relevante para o Estado. Como é o caso da nova versão da UE, em que, reafirmo, falta legitimidade decisória. Outra, a meu ver, é o problema do cumprimento das promessas e programa eleitoral, que serão a seu tempo devidamente avaliados pelos eleitores. Sobre os dois casos concretos apontados, não tenho bem presente a situação. Mas é infelizmente muito comum esse tipo de situações.

"Ate' que ponto e' o programa de Governo vinculativo?" Será vinculativo a não ser que considere que a alteração singificativa das circunstâncias, ou o interesse comum o façam sentir obrigado a agir em sentido diferente do anteriormente apresentado aos eleitores. Com uma importante ressalva neste caso: deverá dar as devidas explicações, nomeadamente referir as exactas circunstâncias e interesses que motivam essa alteração e sobretudo explicitar frontalmente essa alteração na sua política, por forma a que o eleitor aceite como válidas essas modificações.

"Voltamos sempre 'a mesma questao: delego ou nao a minha capacidade de decidir nos meus representantes 'a Assembleia da Republica?" É sempre uma boa questão. Na minha opinião, os eleitores delegam, não a capacidade de decidir, mas a capacidade de implementar as medidas necessárias aquilo que eu, e o conjunto dos eleitores decidimos. Pelo menos devia ser assim. Em qualquer caso, nunca posso delegar a minha capacidade de decidir a quem quer que seja em assuntos que não conheço ou que em dado momento não existem. Não passo cheques em branco. Há limites. Assim como também há limites para o referendo. Não é legitimo perguntar aos eleitores se concordam com a existência da vida para além da morte Ou sobre a existência de Deus. Também um parlamento não é um orgão absoluto, apenas porque recebeu o voto e legitimidade dos cidadãos. Não pode fazer tudo o quer. Tem limites constitucionais, tem limites dos outros orgão de poder e tem o limite último da soberania do povo.
E claro, muitas vezes, deveria ter o limite do bom senso.
CONSTITUIÇÃO EUROPEIA
O que eu gostava que a União Europeia fosse:
Um Estado federal, com duas camaras parlamentares. Uma, constituída por deputados eleitos directamente pelos povos europeus, com base no sistema proporcional maioritário e de acordo com a população de cada Estado local. Esta câmara elegeria um Governo, que seria constituído livremente pelo seu líder, independentemente da nacionalidade dos seus membros e que teria competências de representação externa exclusivas, para além das competências que actualmente a UE já tem. A segunda câmara seria uma Senado, com dois membros por cada Estado local e que poderia aprovar ou reprovar a legislação da câmara baixa. Desta forma, os Estados locais, sobretudo os mais pequenos demográficamente, poderiam mais facilmente aliar-se entre si para impedir maioria demográficas de apenas 3 ou 4 paí­ses. Existiria ainda uma Tribunal Federal. E é tudo. Uma Constituição redigida mais ou menos desta forma, não ocuparia muito mais do que 5 ou 6 páginas A4.
Um texto deste género poderia ser redigido por um Parlamento Europeu eleito nos moldes actuais, mas que no momento da sua eleição tivesse poderes constituintes, atribuí­dos pelos eleitores. O Tratado entraria em vigor após referendos positivos na maioria dos Estados, podendo os restantes Estados aderir quando os seus eleitores, por referendo, assim o deteminassem.
Sei que parece simplista. Mas porquê complicar aquilo que pode ser simples?

Sobre a actual Carta Constitucional em discussão, votaria positivamente num eventual referendo, por ser um mal menor e nitidamente um passo em frente na direcção do federalismo, embora com um sistema estúpido decisório e institucional. Mas confesso confiar na sabedoria dos ingleses e que estes reabram o processo negocial ao nível governamental, por forma a (1) ou todo os Estados se entenderem num modelo mais simples , (2) ou deitarem o projecto do Giscard fora e fazerem um novo (seria a solução ideal); (3) adiarem para mais tarde o projecto por falta de consenso.
REFERENDO E LEGITMIDADE (2)
Ainda sobre algumas opiniões do Bloguitica Nacional:
Também prefiro o sistema da representação indirecta. Mas este também tem as suas falhas, e uma das principais é o facto de os programas eleitorais serem elaborados de forma tão difusa, que ou cabe tudo lá ou não cabe nada. Daí a consequente "falta de legitmidade" atrás apontada. Ou seja, sobre matérias relevantes, julgo apropriado a utilização do referendo como processo político decisório. Este deve no entanto ser sempre reversível, ou seja, após a sua realização, deverá decorrer um período previamente fixado, após o qual poderá novamente ser colocada mesma questão, podendo portanto, em hipótese, reverter-se a anterior decisão. Só com este procedimento se poderá aceitar o caracter vinculativo do referendo, dado que qualquer decisão política nunca pode, pela sua natureza, ter um carácter irrevogável. Pelo menos em democracia.

Já agora apenas um pequeno aparte sobre a questão dos círculos uninominais. Diz-se que "A desvantagem consequente e' que tem tendencia para pulverizar a disciplina partidaria quando interesses locais (e nao forcosamente os "interesses" dos cidadaos locais) estao em jogo.
Nao so' isto afecta a estabilidade do sistema democratico como tende a evidenciar o interesse local sobre o interesse comum
.
Eu prefiro este tipo de aproximação dos eleitores. A "pulverização" da disciplina partidária é algo que infelizmente não acontece no nosos parlamento, quando deveria ser a regra e não a execpção se de facto os deputados pensassem e agissem de acordo com o que pensam. Os eleitores escolheriam pessoas concretas e não listas, onde tanto faz quem esteja no parlamento. O deputado eleito directamente pelos cidadãos teria uma muitíssimo maior responsabilidade, seria obrigado a responder perante os seus eleitores e traria os interesses locais para o todo nacional, que supostamente corresponde a uma síntese de intereses parciais, mas que o actual sistema abafa, desconhece, ignora.
REFERENDO E LEGITIMIDADE
De uma afirmação do Bloguitica Nacional discordo (ou então entendi mal): "O unico argumento que a meu ver justifica um referendo é a sua legitimacao. Porem, de acordo com o nosso sistema politico, essa e’ uma falsa questão na medida em que ao elegerem os deputados à Assembleia da República os cidadãos estão a delegar nos seus representantes o poder de decidirem em seu nome. Por outras palavras, os deputados tem toda a legitimidade".

Julgo que o sistema actual possiblita que os cidadãos escolham (ainda que de forma muito imperfeita) os seus deputados em função do programa de Governo apresentado por cada partido. Dentro desse âmbito, existe de facto essa delegação de poderes e portanto legitimidade total das decisões dos deputados.
No entanto, certos assuntos que tem um maior impacto na vida futura do país e do Estado, como sejam o caso da presente discussão sobre a revisão dos Tratados da União Europeia, sobre tais matérias, dizia, os diferentes partidos não apresentaram (nem podiam, por antecipação) as suas opiniões e projectos junto dos eleitores. Logo estes, sobre esses assuntos, não os mandataram. Julgo que é nesse aspecto que o Mata-Mouros refere o problema da legitimidade.
PACTO PARA O TECTO (2)
O que estes "iluminados" não entendem, ou não querem entender, é que é importante, para os cidadãos, que exista equilíbrio orçamental, de forma a o Estado não gastar mais do que recebe.
Infelizmente, mesmo este Governo que já leva dois anos de governação não o consegue fazer, pois mais uma vez terá de recorrer a medidas extraordinárias, como seja a venda de património ou "habilidades" financeiras para cumprir a meta dos 3%.
O que seria verdadeiramente importante, seria uma reforma da Administração Pública, e das políticas do Estado, por forma a baixar drásticamente as despesas e aumentar as receitas, nomeadamente mediante o combate à evasão fiscal.
Este momento de maior aperto condicionado exteriormente, seria o momento oportuno para essas medidas radicais.
PACTO PARA O TECTO
Quase que não dá para acreditar: acabo de ouvir na TSF o deputado João Cravinho defender que o Governo português deveria, à semelhança da França e da Alemanha, ultrapassar os 3% de déficit permitidos no Pacto de Estabilidade "para evitar o abrandamento económico".
"BLOG RADICAL"
O Gato Fedorento é, quase de certeza, o primeiro blog a nível mundial a passar a ter uma versão em forma de programa de televisão

8.9.03

MATA E ESFOLA
Em cada maço de tabaco um amigo moralista. Razão tinha alguém que dizia que a venda de cigarreiras ia disparar quando a obrigatoriedade da inclusão em letras garrafais do "FUMAR MATA" fosse aplicada.
Dado que o fumar não é a única coisa que mata, num descomprometido esforço de "participação cívica moralizante" associamo-nos a tão nobre iniciativa e deixamos aqui os nosso contributos em prol de tantos que estão ameaçados pela morte.

Dado a utlização dos seguintes objectos ser considerada perigosa para a vida das pessoas, passam a ser obrigatórias as seguintes inscrições:

CAÇAR MATA - letras garridas debruadas em alto relevo nos canos de todas as caçadeiras e nos dorsais de cada caçador;
PEGAR TOUROS MATA: inscrição em letras de 30cmX50 cm no dorso lateral de todos os touros;
CONDUZIR MATA: letering a colocar nas portas do lado do condutor (para ler antes de entrar) e no capot (para não se esquecer enquanto conduz);
A OBESIDADE MATA: conjunto de letras com um mínimo de dois metros de comprido por 50 cm de altura colocado ao centro de pelo menos uma das paredes de todos os restaurantes; deverá ainda no prazo máximo de 1 ano, ser igualmente reproduzida em todas as toalhas de mesa em lugar vísivel para o comensal;
O COLESTROL MATA: incrição de tamanho e proporção de espaço em tudo igual ao tabaco, a ser inserida em todos os chocolates, latas de leite condensado e pacotes de acuçar de café;
OS ACIDENTES DE TRABALHO MATAM: inscrição de dimensões adequadas (a verificar pela IGT) a serem pintadas no chão de toda e qualquer obra de construção civil cujo alçado seja superior a 5 metros de altura (pontes, viadutos, prédios, etc) de forma a serem legíveis pelos operários. Aconselha-se a dupla inscrição em russo e/ou creoulo;
O ALCOÓL MATA: inserir legenda do mesmo tamanho e proporções em cada rótulo das garrafas de bebidas alcoólicas;

BERÇOS DO LIBERALISMO
No interessante catalaxia apresenta-se (ver "Choque...e espanto") uma breve resenha da evolução do liberalismo europeu. Embora "factualmente" seja verdadeiro o ali descrito quanto ao "continente" europeu, fico sempre surpreso por não se apontarem as principais fontes do liberalismo, até na linha da definição indicada: "os que combatiam o centralismo régio e o despotismo esclarecido." Falo naturalmente da "Gloriosa Revolução" inglesa, terminada em 1689 (100 anos antes da "continental") e da "Revolução Americana" (também anterior). Estes dois eventos são a inspiração concreta para o desenlace ocorrido na primeira fase da Revolução Francesa (a instauração de um monarquia parlamentar), nomeadamente pela influência que a estabilidade, liberdade e primado do Direito ocorrida na, desde então, parlamentar Inglaterra inspirou o continente, e na concretização institucional da divisão tripartida do poder dos EUA. Julgo que estes dois eventos assumem particular importância e relevância histórica, seja na análise da evolução histórica do liberalismo, seja na sua implementação ao nível do continente europeu. As consequências desssas duas "revoluções"pioneiras, tem ainda a "curiosidade" de, ao nível dos respectivos sistemas políticos e de estrutura do Estado, se manterem práticamente inalteráveis até aos dias de hoje.
FLASH MOB
Anda muita gente entusiasmada com um "novo conceito", que me parece mais um síntoma de "disfunção social" do que outra coisa, as chamadas "flash mob" ou "multidões instantãneas".
Isto fez-me lembrar algo que um amigo meu me contou, algurares entre 1980 e 1983.
Esse meu amigo conhecia (ou pertencia) a um grupo de amigos que realizou dois "eventos" que passo a descrever: num deles, dirigiram-se num fim de tarde em dois carros para a Rotunda da Boavista (no Porto), então uma zona crítica de trânsito, e encostaram os carros um ao outro. Saíram apressadamente das viaturas e puseram-se a discutir em altos gritos, soltando insultos e ameaças de pancadaria. Naturalmente, os transeuntes aproximaram-se a puseram-se a dar palpites sobre o que tinha acontecido. As namoradas dos intervenientes estavam entre os "assistentes" e registavam alegremente as conversas soltas: "eu vi, eu vi, o carro vinha da esquerda e o outro é que se atrevessou de propósito na frente"; "não, não, o da direita é que tem prioridade, ou você não sabe as regras de trânsito?". Enfim, gerou-se grande confusão, sobretudo a nível do trânsito.
Ao fim de 5 ou 10 minutos, os condutores pararam abruptamente de discutir e de se ameçarem, olharam para o relógio e dizendo frases do tipo: "eh pá, vamos embora que fiquei de ir buscar a tua irmã ao colégio", entraram nos carros e foram embora como se nada tivesse passado.

Numa outra "acção", um carro dirigiu-se a grande velocidade Avenida da Boavista abaixo, parou repentinamente em frente ao café "Bela Cruz", chiando os pneus e um grupo de encapuçados, de caçadeira na mão, saltou para o passeio, correu para a esplanada e apontando a arma a todos os presentes gritava: "todos quietos! Onde é que ele está, onde é que ele está?". Viraram-se para uma mesa, apontaram e fizeram um disparo. Uma das pessoas da mesa saltou acrobática e dramáticamente para o chão. Gerou-se uma situação de gritos e correria por todo o lado. Então, um dos "bandidos", gritou: "já está!". O grupo correu novamente para o carro, desta vez acompanhado pelo "morto" e desapareceram rapidamente. Mais uma vez, diversos amigos presentes registaram os comentários alucinados dos presentes, sendo o mais curioso o de alguém que dizia "eu vi tudo, eles até raptaram o morto!".

7.9.03

PARABÉNS
Emídio Guerreiro
Emídio Guerreiro, um homem verdadeiramente notável, fez ontem 104 anos!

5.9.03

"A DOIS"
O nome do segundo canal da RTP parece um convite para jantar.
MAS. NO ENTANTO...
João Miguel Tavares fala acertadamente do significado do "MAS". O Linhas de Esquerda prefere antes o "NO ENTANTO."
3 EM 1
Diz-se que os acontecimentos culturais do momento são o concerto dos "Rolling Stones" em Coimbra, a "Festa do Avante" e a exposição dos "Dinaussauros" que estreia no Porto, dia 22.
Julgo que só vou a esta última, pois tenho a certeza que ficarei com uma ideia aproximada, também, das outras duas iniciativas.
CITAÇÃO DO DIA (ou "O romance atribulado")
de João Bernard da Costa
"Eduardo Prado Coelho desapontou-me. Não me explicou o que era o "orgasmo vertical" e deixou-me com dois outros enigmas: o que é o "orgasmo horizontal"? O que são os "axiomas da geometria libidinal"? "Mete-se pelos olhos dentro"? Oh Eduardo Prado Coelho, se a sua avozinha o ouvisse... "
MAS PORQUE É QUE A LEI EXISTE? QUE CHATICE!
Um (embora pareça que quase todos) recinto desportivo não tem a licença exigida por lei por forma a ser permitido a realização de espetáculos desportivos. Essa exigência legal visa assegurar e salvaguardar a segurança de espectadores e artistas desportivos.

Não tem licença? Não faz mal. Veja-se:

"A questão da licença de utilização é quase kafkiana. Não há problemas estruturais nem de segurança e todos sabem que o licenciamento está em curso, faltando apenas pequenas correcções que em nada interferem com a segurança dos adeptos e demais intervenientes no espectáculo", sustenta José Nobre, da Divisão de Cultura e Desporto da autarquia de Guimarães

"(...)as falhas detectadas pelo Instituto do Desporto de Portugal (IDP), entidade que avaliza os licenciamentos, após colaboração directa com várias entidades civis - Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, polícias e Delegação Regional de Saúde - são "quase ridículas e de pormenor" (...);

(...)"Tanto em condições normais como em cenários de calamidade tudo está acautelado: não há problemas de segurança contra incêndios, nem a nível de tumultos e evacuação de pessoas", prossegue José Nobre, para quem "seria um contra-senso pensar que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) seria capaz de marcar um jogo desta envergadura tendo a menor dúvida que seja a nível de segurança"(...)
O responsável sublinha que, apesar de o plano de emergência interno ainda não ter sido aprovado, "o Vitória de Guimarães, as autoridades policiais e a FPF fazem caso a caso um plano de emergência". "Já tivemos duas enchentes e os únicos problemas registados aconteceram fora do estádio e com o trânsito", defende, exigindo "que se desdramatize, pois a licença não passa de um papel e o estádio de Guimarães, tal como o de Alvalade (que já foi licenciado) cumpriu escrupulosamente as exigências da UEFA".

(...)"A generalidade dos estádios portugueses não tem alvarás correspondentes às licenças de funcionamento". - José Manuel Constantino, presidente do IDP;

(...)O auto de vistoria emitido detectou algumas irregularidades, que de acordo com José Manuel Constantino, são "questões de conforto e pormenor", sublinhando que para haver a emissão do alvará faltam dois elementos: a vistoria do Serviço nacional de Bombeiros e Protecção Civil e o plano de emergência interno que é da responsabilidade da autarquia.

CENTRALISMO DEMOCRÁTICO
(Mistérios da Educação 4)

Um professor que pretendeu reclamar com a sua colocação deslocou-se à sua área educativa, em Viana do Castelo, de onde foi remetido para a Direcção Regional Norte no Porto, onde o informaram que apenas directamente nos serviços centrais do Ministério da Educação, em Lisboa, é que lhe poderiam resolver o assunto.
O homem fez 800 km, quando ainda no ano passado pode resolver todas as questões relacionadas com as colocações na zona onde residia.

3.9.03

MISTÉRIOS DA EDUCAÇÃO (3)
Tendo sido noticiado ainda recentemente que, apenas na zona norte do país, existem ainda 8% da população activa que não sabe ler nem escrever(!!), não deveria o Estado assumir um compromisso concreto de eliminar tal flagelo no prazo, por exemplo de 5 a 10 anos?
Mão de obra para tal tarefa parece que não falta.

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